Ações de ajuda pipocam pelo Brasil

Iniciativas incluem empresas como Cedro, Santista, Renner, Petistil, Krindges e Thaís Rodrigues, para produzir máscaras e roupas.

Empresas do setor têxtil e de roupas usam a expertise e os recursos instalados para ampliar a produção de máscaras e roupas de proteção para a área da saúde no enfrentamento à crise da covid-19. As ações de ajuda seguem ainda isoladas, com a iniciativa das próprias empresas. Na semana passada, a Cedro anunciou uma nova doação. Dessa vez, forneceu quase 2 mil metros de tecidos de sua linha hospitalar. Dividiu as entregas para hospitais e órgãos de saúde de cinco cidades mineiras.

A secretaria de saúde de Caetanópolis recebeu 400 metros; outros 150 metros couberam à UPA de Paraopeba. Mais 600 metros foram direcionados à Fundação Hospitalar Doutor Moisés Magalhães Freire e 200 metros ao Hospital Unimed, ambos em Pirapora. Para a secretaria de Saúde de Buritizeiro foram destinados 200 metros. E a Irmandade Nossa Senhora das Graças, de Sete Lagoas, recebeu 200 metros. Também foi beneficiado o Hospital Wanda Drummond, de Matozinhos.

Para ajudar a suprir a alta demanda por equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais da linha de frente no combate ao Coronavírus, destinou uma carga especial. Doou 1,5 mil pares de luvas super max; 500 pares de luvas de procedimento nitrilo; mil toucas descartáveis; e 40 aventais de manga curta à Irmandade Nossa Senhora das Graças, em Sete Lagoas. Em Pirapora, entregou máscaras à Fundação Hospitalar Doutor Moisés Magalhães Freire e ao Corpo de Bombeiros.

SANTISTA DOA TECIDOS

A Santista Jeanswear doou tecido suficiente para a produção de itens de proteção para hospitais. O material seria destinado à confecção de 70 mil máscaras de proteção. Outra parte será transformada em 5 mil peças de roupas para uso hospitalar, como lençóis, camisolas, pijamas, aventais, roupas para as equipes de UTI, entre outros itens. Selecionou organismos localizados no entorno de suas fábricas e escritório. Foram beneficiados o Hospital São Paulo, na capital; a Santa Casa de Misericórdia de Tatuí; a Santa Casa de Rio Claro; o Hospital Waldemar Tebaldi, em Americana; e o Instituto Muda Brasil.

A empresa informa que outras 50 mil unidades de máscaras de proteção serão produzidas e distribuídas pelo Instituto Muda Brasil em comunidades em vulnerabilidade social, na cidade de São Paulo.

INSTITUTO RENNER SE JUNTA A BRASKEM E FITESA

Para viabilizar a produção de máscaras de proteção e aventais hospitalares, o Instituto Lojas Renner juntou esforços com a Braskem e a Fitesa. A intenção é produzir 1,2 milhão de máscaras e 150 mil aventais. Os materiais serão entregues a instituições que estão na linha de frente da luta contra o coronavírus. A operação envolveu cerca de 16 toneladas de matéria-prima nacional, enfatiza a empresa.

Uma parte foi comprada pelo instituto. A outra foi doada pelas empresas Braskem, petroquímica que fabricou a matéria-prima, e a Fitesa, que a converteu em não-tecido. A varejista de moda Renner desenvolveu os modelos de EPIs seguindo as orientações técnicas vigentes e com a necessidade das instituições de saúde. A fabricação dos equipamentos está sendo feita por indústrias de confecção que já fazem parte da rede de fornecedores da Renner, e que adaptaram seu processo produtivo para atender à demanda, explica a empresa em comunicado à imprensa.

Um primeiro lote foi entregue para a secretaria municipal de Saúde de Porto Alegre, além do Hospital Conceição e do Hospital de Clínicas, que são referência no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital gaúcha. Também já está acertado que o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, será beneficiado com a doação de uma parcela dos EPIs para o atendimento de pacientes do SUS. A distribuição do restante do material será definida pelo Instituto Lojas Renner em conjunto com as demais empresas envolvidas, acrescenta o comunicado.

Essa iniciativa integra o pacote de R$ 4,1 milhões anunciado anteriormente pela Renner em 23 de março.

PETISTIL LANÇA CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO

Em meados de março, a empresa produziu em seu parque fabril 10 mil aventais para profissionais da saúde de hospitais envolvidos no combate à covid-19 na capital paulista. A partir dessa inciativa, decidiu organizar a campanha Protegendo Anjos, com a qual espera arrecadar dinheiro para confeccionar 100 mil aventais médicos. Ao custo de R$ 8 cada um, seriam necessários R$ 800 mil.

A empresa desenvolveu um site para buscar doações. O mínimo de contribuição é a compra de dois aventais até mil peças.

Ao Grupo Petistil pertencem as marcas de roupas infantis Petistil e a feminina Loja 18. “Muitas empresas vêm aumentado a fabricação de máscaras, por exemplo, mas o mesmo não acontece com a produção de aventais, por ser um produto mais elaborado e que exige mais investimentos”, explicou em comunicado à imprensa o CEO do grupo Marcelo Feldman.

OSKLEN REAPROVEITA TECIDOS PARA MÁSCARAS E JALECOS

Marca da Alpargatas, a Osklen reuniu sobras de tecidos de sua coleção atual para produzir máscaras e aventais de proteção. Os itens de segurança sanitária serão repassados para hospitais do Rio de Janeiro, onde fica a sede da marca. Segundo a empresa, serão confeccionados 50 mil máscaras de TNT e 9 mil jalecos não hospitalares de tecidos 100% algodão.

A produção está sendo realizada na fábrica da Osklen em Bonsucesso que foi, conforme a marca, adaptada e remodelada para seguir as recomendações de higiene e o distanciamento social determinados pelos órgãos de saúde.

KRINDGES FAZ JALECOS

No Paraná, o Grupo Krindges, dono das marcas de moda masculina Docthos e Guilheme Soul, produziu 5 mil jalecos. Foram confeccionados pelas duas unidades industriais da empresa localizadas nas cidades paranaenses de Ampére e São Miguel do Iguaçu. Parte dos jalecos de uso hospitalar foram repassados à prefeitura de Ampére. Outra parte para hospitais do Brasil, como o de campanha montado sobre o gramado do estádio do Pacaembu.

O grupo decidiu repassar 100% das vendas de camisetas, disponíveis no site da Docthos, ao Projeto Luz. O programa compra refeições para alimentar moradores em situação de rua em Curitiba. A intenção é que os recursos cheguem ao projeto na próxima semana.

THAÍS RODRIGUES DOA MÁSCARAS PARA O POVO DA RUA

A estilista Thaís Rodrigues, dona da marca que leva seu nome, doou tecidos que tinha em estoque para o projeto Máscaras pela Vida, de Guarulhos. A empresa acredita que poderão ser feitas mil máscaras produzidas por voluntários do projeto. E serão entregues a pessoas em vulnerabilidade social.