Para avançar no atendimento de demandas diversas, não basta produto adequado, tem que ter onde vender, diz idealizadora do concurso.
Com a proximidade de completar dez anos, na edição de 2018, o Concurso Moda Inclusiva caminha para uma nova fase. Criado em 2009, em iniciativa pioneira do estado de são Paulo para incentivar estilistas a criarem moda para pessoas com deficiência, o evento hoje conta com reconhecimento internacional. A jaqueta com sistema de captadores de energia solar e fios embutidos que armazena energia suficiente para alimentar a bateria de uma cadeira de rodas motorizada está mira de uma marca nova de Londres, conta Daniela Auler, idealizadora do concurso.
“É um modelo que serve também para dar carga no celular e poderia ser usado por qualquer pessoa”, enfatiza Daniela, que defende o foco da moda na diversidade humana, rompendo estigmas, ao fazer um balanço dessa década do concurso em encontro com jornalistas. Da teoria à prática, ela percebeu a necessidade de capacitação dos profissionais para atender as demandas reveladas e daí nasceu o CTI (Centro de Tecnologia e Inclusão) com uma grade de cursos rápidos, localizado na cidade de São Paulo. São cursos de estilismo para uma moda adaptada a situações reais, o cadeirante tem necessidades diferentes, de quem usa prótese ou de um deficiente visual. “Mas não adianta falar de produto e não ter onde vender”, destaca Daniela, explicando a inclusão de cursos voltados para o varejo e de comunicação de marca.
Outra medida para avançar no ensino e pesquisa, o concurso organizou um catálogo com referência bibliográfica, reunindo os trabalhos dos 15 finalistas da 9ª edição do Moda Inclusiva e 13 artigos de pesquisadores acadêmicos tratando de moda e design inclusivo. A publicação foi criada em duas versões, em papel, e no formato de ebook, que pode ser baixado a partir da página do Concurso Moda Inclusiva no site da Sedpcd (Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência) do estado de São Paulo.