Duas serão inauguradas até o final do ano, mas já figuram na lista de endereços da varejista que fechou novo trimestre com lucro em alta
Durante conferência de resultados financeiros do terceiro trimestre com investidores, a Lojas Renner anunciou que vai abrir mais dois
pontos de venda no Uruguai, onde desembarcou no ano passado e opera cinco filiais. Dois novos endereços já constam da lista de lojas em operação da varejista naquele país: Punta Shopping, no badalado balneário uruguaio de Punta del Leste; e no Las Piedras Shopping, em Motevidéu. Ao anunciar as obras de expansão, que ficarão prontas em 2019, o Nuevocentro Shopping informou também que a varejista brasileira estará entre os clientes da nova ala.
No Brasil, o terceiro trimestre registrou dez lojas a mais que no trimestre anterior. Foram abertas seis lojas Renner e seis da Camicado, mas foram fechadas duas da Youcom no período. Dessa forma, a companhia fechou o trimestre com 537 lojas, somando 25 lojas a mais desde janeiro. Pelo novo mapa, a Renner ficou com 340 lojas, incluindo as da Ashua e do Uruguai; a Youcom com 90 pontos; e a Camicado com 107 unidades.
A estratégia de expansão da Renner passa a comportar núcleos regionais, que concentrem no entorno entre 100 mil e 110 mil habitantes. A loja seria aberta na cidade-polo, com cerca de 60 mil habitantes, por exemplo, que poderia ser acessada por consumidores de municípios ao redor que poderiam chegar ao ponto de venda em deslocamentos que não excedam meia hora de carro, explicou José Galló, CEO da Lojas Renner a investidores. Na avaliação dele, esses investimentos estimulariam o crescimento do ecommerce, uma vez que a companhia verificou que nas cidades onde mantém lojas físicas, houve aumento das vendas pela internet.
LUCRO E RECEITA EM CRESCEM
Com lucro líquido em alta de 38,4%, a Lojas Renner encerrou o terceiro trimestre registrando ganhos de R$ R$ 194,21 milhões. A receita líquida de julho a setembro cresceu em menor ritmo. A expansão de 11,3% sobre igual trimestre de 2017 elevou a receita líquida da companhia para R$ 1,94 bilhão. O desempenho positivo foi atribuído à retomada de um bom ritmo de vendas e à assertividade da nova coleção, especialmente da bandeira Renner.
Ao longo do terceiro trimestre, a receita líquida da bandeira subiu 12,8% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, para R$ 1,55 bilhão. No mesmo confronto, a receita da Youcom foi de R$ 38,5 milhões, representando crescimento de 46,5%; e a da Camicado atingiu R$ 121 milhões, 10% a mais que de julho a setembro do ano passado.
O consolidado de nove meses mostra expansão do lucro líquido ainda maior. Subiu 44,8% para R$ 580,36 milhões, diante de receita líquida que somou R$ 5,59 bilhões. A Renner sustentou R$ 4,47 bilhões, aumento de 11,1%. A receita da Youcom cresceu 38,5% de janeiro a setembro alcançando R$ 106,3 milhões. O crescimento da Camicado no período foi mais modesto de 13,3% elevando o faturamento para R$ 336,7 milhões.
O bom desempenho é atribuído à retomada no ritmo das vendas e à assertividade das coleções que estão nas lojas, especialmente da Renner, diz a companhia.
EXPECTATIVA EM TORNO DO CÂMBIO
Como a companhia começa a negociar as importações para o inverno 2019, foi feito um hedge de proteção das margens. O primeiro semestre está todo protegido com dólar a R$ 3,90, em função das incertezas locais e do aumento de juros no mercado internacional, explicou a empresa aos investidores.
SOBRE AS ELEIÇÕES BRASILEIRAS
Em conferência com investidores na sexta-feira, 26 de outubro, às vésperas das eleições para presidente do Brasil, Galló afirmou “em 2019, independentemente do resultado das eleições, não vamos ter recessão. Vamos ter crescimento do PIB”. Finalizou dizendo que tinha bastante confiança de que 2019 será um “ano bom também” para a empresa. Na análise que fez dos então dois candidatos, falou em solução A (que seria Jair Bolsonaro) e solução B (Fernando Haddad), sem usar nomes.
“A solução A pode ser vista como melhor pelo mercado, por estimular mais o investimento, mais confiança e vai potencializar todas essas oportunidades de crescimento que a gente descreveu para vocês aqui hoje. Eventualmente uma solução B, que talvez não seja assim exatamente o que o mercado quer, também não será o fim do mundo até porque normalmente nesses momentos o grande teste é a proposta de valor das empresas. É quando você tem uma certa redução de mercado, de negócios, que entra o seu diferencial competitivo. Mesmo nessa situação nos sentimos muito seguros porque temos um diferencial competitivo bastante relevante”, concluiu o executivo.