O programa Texbrasil 2012/2013 foca em inovação e design e prevê novos mercados para os exportadores, como China e República Dominicana
Na quinta-feira passada, 15, a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) renovaram o convênio em torno do Texbrasil, Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira para o biênio 2012/2013. Para os primeiros 12 meses de convênio estão previstos investimentos de R$ 17,5 milhões. Dessa quantia, apenas R$ 5,5 milhões caberão à ABIT, os outros R$ 12 milhões serão sustentados pela agência governamental.
“Temos que agir de acordo com o tripé: inovação, sustentabilidade e design”, disse o gestor setorial de Moda, Maurício Borges. “A meta é recuperar 1% do mercado internacional”, acrescentou o diretor superintendente da ABIT, Fernando Pimentel. Dez países estão entre os mercados-alvo do convênio 2012/2013: Estados Unidos, China, Reino Unido, França, Austrália, Emirados Árabes Unidos e República Dominicana, para o segmento de confecções. Já para o segmento têxtil os alvos escolhidos foram os sul-americanos Argentina, Colômbia e Peru.
Nesta nova estratégia de exportação saíram Espanha e Portugal, e entraram China e República Dominicana. Com o novo convênio, a expectativa é de que as exportações cresçam 5% em 2012. Contudo, o maior entrave da indústria brasileira continuam sendo a burocracia e a alta carga tributária na avaliação da Abit. “Temos que simplificar o Brasil, mas sem sermos simplistas”, completa o diretor.
O objetivo do Texbrasil é promover a internacionalização da indústria da moda brasileira. “Queremos levar a marca da moda brasileira para fora, trabalhando a indústria da moda de forma integrada”, disse Rafael Cervone Netto, diretor geral da Texbrasil. Cervone conta que estratégia brasileira é agregar valor ao produto, investindo em tecnologia e em produtos diferenciados. Maurício Borges aponta essa diferenciação como um mecanismo para fugir das crises, “os exportadores que dependem apenas do câmbio estão mais sujeitos à crise do que os que exportam produtos de valor agregado. A classe A não entra em crise em lugar nenhum do mundo”, pontua ele.
Outro plano para este ano, segundo Pimentel, é atrair varejistas internacionais para o Brasil. “Eles já estão na China e, agora, querem vir para o Brasil”, comenta o executivo, avaliando que “o nosso varejo é muito segmentado, faltam grandes varejistas”.
Indústria sob pressão
Em uma reunião com os empresários do setor Fernando Pimentel apresentou dados não favoráveis à indústria têxtil brasileira. Nos últimos dois meses, as importações do Brasil aumentaram 60%, enquanto a produção de janeiro caiu 20%, em relação ao mesmo mês de 2011. O superintendente da ABIT não comentou sobre possíveis medidas para salvar a indústria têxtil nacional, também não soube informar o quanto será investido no setor em 2012.
O setor aguarda os desdobramentos da negociação com o governo. O encontro na quinta-feira pela manhã entre o presidente da ABIT, Aguinaldo Diniz Filho, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, abordou entre outros pontos a desoneração da folha de pagamentos. O setor reivindica que o tributo para confecções e têxteis gire em torno de 0,8% do faturamento em substituição aos 20% de contribuição previdenciária. O governo propôs alíquota de 1 a 1,5%. A expectativa é de que o governo anuncie as medidas de incentivo ao setor até o final do mês.
Abit lança novo logo
Após 12 anos, a Abit mudou a logomarca, incluindo uma linha fina embaixo para indicar os setores representados: têxtil e confecção. Ao tradicional laranja que caracteriza a identidade visual da entidade, a agência J3P encarregada da alteração acrescentou tons de azul.
fotos: Gbljeans