Pesquisa do IBGE mostra que sobre abril de 2013 a queda foi maior em têxteis do que a registrada pelas confecções de vestuário, e a Fiesp volta a apontar que as empresas paulistas cortaram vagas em maio.
Em abril, a indústria como um todo registrou queda de 0,3% em relação à quantidade de pessoal ocupado em março. Sobre abril de 2013, a queda foi ainda maior, alcançando 2,2%. Na comparação com igual mês do ano passado, os setores de produtos têxteis e de confecção de vestuário apresentaram comportamento semelhante. O corte do primeiro foi o maior, de 5,1%, enquanto o aperto do segundo foi de 1,7%, afirma a pesquisa realizada mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). No entanto, os cortes não afetaram os salários no período.
Na comparação entre abril de 2014 e de 2013, o valor da folha de pagamento da indústria em geral subiu 0,9%, e os dois setores acompanharam esse aumento. Os salários das confecções foram os que tiveram maiores reajustes, subindo 3,3%. Registrando o maior corte de pessoal ocupado, a indústria têxtil aplicou aumento médio de salário de 1,2%. Esse descompasso representado pelo corte de vagas e aumento de salário tem sido atribuído pelos especialistas pela combinação de fatores como mobilização mais forte das categorias para recomposição de ganhos dos trabalhadores e pela carência de mão de obra especializada, refletindo esforço para retenção de funcionários habilitados.
SP corta em maio
A indústria do estado de São Paulo continuou a reduzir o número de empregados. Em maio, aprofundou a redução com o corte de 12,5 mil vagas que representa queda de 0,5% sobre o mês anterior, mostra a pesquisa mensal da Fiesp (Federação das Indústria do Estado de São Paulo). O setor de produtos têxteis fechou 21 postos de trabalho deixando o nível de pessoal ocupado com certa estabilidade em relação ao mês.
Não é a mesma reação da indústria do vestuário no estado. Segundo a Fiesp, as empresas dessa atividade cortaram 1.258 postos de trabalho. Dessa forma, maio fecha com queda de 0,8%, acima da média geral. Depois dessa piora no cenário industrial, a Fiesp espera os resultados das eleições para traçar perspectivas. Na avaliação de Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da entidade, não há muito esperar este ano em termos de recuperação desse quadro. “Em 2014 não vai acontecer nada de regenerativo para indústria, o que vai acontecer é essa coisa morna de uma atividade econômica fraca”, afirmou em comunicado de análise de mercado.