Cresce a contratação de temporários

A oferta dessas vagas pelo varejo brasileiro é a maior dos últimos cinco anos, e moda deverá ser o segmento a sustentar essa expansão.

A sondagem da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) projeta a oferta de 91,4 mil vagas de emprego temporário no comércio neste final de ano. É a maior dos últimos cinco anos, de acordo com dados da entidade. Do total estimado, o segmento de moda, que inclui lojas de roupas e calçados, deverá responder por 62,5 mil vagas temporárias de trabalho. Confirmada essa expectativa, o varejo de moda terá ampliado a contratação em 30% sobre os 47,9 mil trabalhadores avulsos admitidos para o Natal de 2018.

Tradicionalmente, as lojas de roupas e calçados são as que mais contratam temporários no fim de ano por causa do aumento sazonal das vendas. Para se ter ideia, os hiper e supermercados representam o segundo segmento que mais absorve temporários no comércio. E a projeção deste ano é que venham a oferecer 12,7 mil vagas temporárias.

Em 2013, o varejo em geral realizou a maior oferta de emprego para temporários com a abertura de 115,5 mil vagas. No ano seguinte, caiu para 78,7 mil e de lá para cá, pouco oscilou até as 87,5 mil vagas abertas em 2018.

FATURAMENTO TAMBÉM SERÁ MAIOR

O reforço adicional esperado para este ano no varejo de moda considera o efeito positivo da liberação para saques nas contas do FGTS e do PIS/Pasep. Pela projeção da confederação, dos R$ 30 bilhões que se espera sejam sacados entre setembro e dezembro, pelo menos, R$ 3,3 bilhões serão consumidos em roupas.

A análise da CNC estima, ainda, que o faturamento do comércio em geral aumentará em 4,3% em 2019 para alcançar R$ 35,9 bilhões. No ano passado, o varejo como um todo faturou R$ 34,4 bilhões, de acordo com a entidade. “Contribuem para a retomada parcial do nível de atividade do setor a inflação baixa, os juros básicos no piso histórico, os prazos mais amplos para a quitação de financiamentos e, principalmente, a liberação de recursos extraordinários para o consumo, como os saques no FGTS e no PIS/Pasep”, declarou José Roberto Tadros, presidente da CNC, em comunicado ao mercado.