Frente parlamentar discute medidas para impulsionar o setor têxtil

Entre os objetivos anunciados está o de gerar 1 milhão de novos postos de trabalho em três anos, voltaram a afirmar os representantes do grupo de trabalho durante a Fematex

A Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção Brasileira voltou a afirmar, durante a Fematex, realizada no Parque Vila Germânica em Blumenau (SC), que buscará medidas eficientes para criar 1 milhão de novos empregos em três anos e desenvolver o setor têxtil no Brasil. A frente foi instalada no dia 12 de março, no Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília. O grupo de trabalho tem a senadora Ideli Salvatti como coordenadora no Senado e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures, como coordenador na Câmara.

 

As prioridades incluem maior combate ao ingresso de produtos ilegais, desoneração tributária e negociações de acordos internacionais. De acordo com a senadora Ideli Salvati, as ações da frente prevêem ampliar as salvaguardas do setor (que terminam este ano) e a criação do fórum de competitividade da indústria têxtil e vestuário. A expectativa é de que o fórum seja lançado na próxima semana para servir como espaço de debate para articulação de ações práticas.

 

Outra proposta é buscar formas de desoneração do custo da mão-de-obra empregada pela indústria, gerando mais empregos. “Esse é um dos pontos-chave da frente parlamentar”, destaca Ideli. Parte das mudanças propostas pela frente, segundo ela, poderim ser incluídas na reforma tributária.

 

Conforme a senadora, entre as motivações para fazer o setor crescer estão o fato de ser o segundo maior empregador da indústria de transformação do país, além de destinar 75% das vagas para mulheres. Os parlamentares prometem incluir o setor na nova política industrial, com linhas especiais do BNDES, e reduzir os encargos trabalhistas de 20% para cerca de 14%.

 

Segundo o diretor superintendente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Fernando Pimentel, a indústria brasileira não teme a concorrência internacional. “Queremos apenas isonomia equilibrada de concorrência”, observa. Segundo ele, é a concorrência desleal que prejudica a produção nacional. “O setor não é chorão, queremos é competir igualitariamente”.

 

Pimentel destaca que, entre os fatores que mais prejudicam a indústria têxtil nacional, estão a fraude documental, o contrabando de produtos e a competitividade desleal de outros países. “Temos algo que é só nosso e que precisa ser valorizado, que é nosso design, nossa criatividade e nossas cores vivas na criação das peças”, acrescenta Pimentel, referindo-se ao diferencial da produção têxtil brasileira frente aos internacionais.