Em mais um mês de retração, empresas cortam pessoal e folha de pagamento em outubro, em todos os 18 ramos de atividades pesquisados pelo IBGE
Iniciada em abril de 2013, a curva de empregos e salários da indústria brasileira manteve-se em trajetória descendente. De acordo com os resultados divulgados nesta sexta feira, 18 de dezembro, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor consolidado reduziu em 0,7% o nível de emprego em comparação a setembro. Mas, no confronto com novembro de 2014, a queda de 7,2% representa o recuo mais intenso da série histórica, que começou em dezembro de 2000, afirma o relatório que acompanha o levantamento.
A retração foi disseminada entre os 18 ramos de atividades monitorados pela pesquisa. Produtos têxteis e confecção de vestuário estão entre os segmentos apontados como destaque negativo pela pesquisa em outubro, em relação a igual mês do ano passado. Entre os dois, a indústria de produtos têxteis foi a que mais demitiu. Cortou 10,2% de seu quadro de empregados e as confecções, 7,2%.
Tomando outubro de 2014 como referência, a indústria cortou ainda número de horas pagas e folha de pagamento. A média geral aponta para redução de 8,1% em quantidade de horas pagas. Na área têxtil, o indicador ficou acima dessa média, diminuindo 10,6%. Entre as confecções, a contração ficou abaixo da média geral, caindo 7,1%.
O impacto desses cortes refletiu no valor da folha de pagamento real, que caiu 10,3% na indústria em geral. Mais uma vez, nesse confronto com outubro do ano passado, os fabricantes de produtos têxteis reduziram a folha mais que as confecções de roupas. A queda foi de 12,30% e de 7,7%, respectivamente, mostra a pesquisa do IBGE.