Indústria do setor demite menos

Em São Paulo, cortes de vagas em abril despencaram entre as confecções de vestuário e subiram pouco nos fabricantes têxteis, em relação a março.

Com 16 meses ininterruptos de emprego em queda, as confecções de vestuário paulistas moderaram o corte de vagas em abril. Fecharam 112 postos de trabalho, quantidade que representa praticamente 10% do volume de demissões de março (-1.149). Entre os fabricantes de produtos têxteis a redução foi quase igual, mas ligeiramente superior a março, com cem vagas encerradas em abril, mostra a pesquisa mensal da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), divulgada essa semana com o nível de emprego.

O confronto com abril de 2015 mostra que a acomodação perdeu a velocidade no setor têxtil e de roupas, sobretudo em relação ao comportamento da indústria como um todo. Naquela época, as confecções demitiram 591 trabalhadores e a indústria de produtos têxteis, outros 628, como mostrou a pesquisa da Fiesp na ocasião.

Segundo a entidade, o mês passado foi atípico para a indústria em geral porque é o primeiro abril negativo desde que a série histórica do indicador começou em 2006: a indústria paulista perdeu 4 mil postos de trabalho. Em 2015, por exemplo, que foi um ano inteiro recessivo para o emprego industrial no país, abril foi o único mês a registrar contratação na indústria paulista, com a abertura de 5 mil vagas.

“Com o forte ajuste que a indústria tem feito desde o ano passado e as expectativas de mudanças da condução da política econômica do país, nossa esperança é que as demissões comecem a perder ritmo”, estima o gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp,Guilherme Moreira.