Atividade têxtil e de confecção de roupas completa o semestre bem menor do que iniciou o ano, refletindo o mesmo aperto enfrentado pelo setor como um todo.
Ao longo do primeiro semestre, a indústria paulista dos ramos têxtil e de confecção de vestuário foi enxugando o quadro de pessoal, encerrando junho como mais um mês de redução profunda do número de vagas ativas. As empresas de confecção de roupas aprofundaram o corte, fechando em junho 2.009 postos de trabalho, informa a pesquisa mensal realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Segundo o levantamento, no mesmo período, a indústria têxtil demitiu 1.360 trabalhadores.
A reação ao desaquecimento da economia brasileira não foi diferente dos demais setores da indústria de transformação de São Paulo. O emprego industrial do estado sofreu com total de 27.500 baixas em junho, que elevou o saldo negativo do semestre para 62,5 mil demissões. No acumulado de seis meses, são as confecções o setor que mais demitiu, até porque é o que mais emprega em comparação com as têxteis. O corte da indústria do vestuário soma 7.239 postos, pelos dados divulgados pela Fiesp no período. As demissões entre as empresas de produtos têxteis chegam a 2.921 vagas.
Tradicionalmente, o levantamento da Fiesp aponta os destaques de melhor e pior desempenho entre as regionais. Em junho, Santos figurou como exemplo positivo com ligeiro crescimento do nível de emprego industrial de 0,31%, puxado em parte pelas indústrias de artigos de vestuário e acessórios, que aumentaram o quadro em 3,29%. O destaque negativo nessa área coube a Bauru, cujo nível de emprego caiu 3,3%, de modo geral, influenciado em parte pelo corte de 4,25% aplicado pelas confecções da região.
Ao comentar os resultados da pesquisa o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini, declarou: “Há anos, a indústria vem perdendo postos de trabalho, porém, a violência da perda deste ano de 2015 surpreende”.