Setor ficou na contramão da taxa inflacionária geral que foi a 1,15% em dezembro; e confira ainda a evolução dos preços na década.
No mês em que a inflação oficial brasileira registrou sua maior taxa para dezembro desde 2002, os preços das roupas ficaram estáveis em relação a novembro. Medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação geral subiu 1,15% em dezembro sobre o mês anterior. Foi a maior alta do ano. Em dezembro de 2002, o IPCA ficou em 2,10%, informa o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A inflação de moda que inclui roupas, tecidos, calçados, joias e bijuterias já desacelerara em novembro. E em dezembro zerou. Só não houve deflação no mês devido aos aumentos de preços apresentados por roupas femininas (0,45%) e por joias e bijuterias (0,24%). Nas demais categorias de produtos, os preços caíram: roupas masculinas (-0,15%), roupas infantis (-0,43%); calçados e acessórios (-0,18%); e tecidos (-0,24%).
Entre os nove grupos de despesas pesquisados, apenas dois registraram deflação na passagem para dezembro. Em artigos de residência, como televisores e móveis, os preços recuaram 0,48% em relação a novembro. E o grupo Habitação caiu 0,82% no mês em razão da mudança de bandeira tarifária de energia elétrica, que ficou mais barata, explica o IBGE.
Nas 16 capitais que são destaque da pesquisa, São Paulo viu os preços de moda recuarem 0,83% em dezembro. Foi a cidade onde os preços mais caíram. Na ponta oposta, Porto Alegre apresentou a maior inflação de moda. Subiu 1,35%.
ACUMULADO DO ANO
A inflação oficial brasileira fecha 2019 em 4,31% e fica pouco acima do centro da meta para o ano (4,25%), definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Dos nove grupos de despesa pesquisados, apenas artigos de residência tiveram deflação (-0,36%) em 2019.
Com inflação de 0,74% acumulada de janeiro a dezembro, o grupo Vestuário foi o que menos encareceu no ano, mostra a pesquisa do IBGE. O indicador poderia até ser menor, adverte o relatório da pesquisa. Mas foi pressionado pela forte alta de joias, que acumulou aumento de 11,66%, deixando essa categoria de produtos com inflação anual de 6,43%, ou seja, acima da inflação anual oficial.
Dos demais produtos do grupo Vestuário outros três tiveram inflação, porém, abaixo da inflação geral. Roupas masculinas subiram 1,88% no ano. Roupas infantis ficaram 1,18% mais caras que em 2018. E tecidos acumularam aumento de 1,59%. Roupas femininas registraram deflação de 0,65% sobre 2018, enquanto calçados e acessórios tiveram preços 0,23% mais baratos que no ano anterior.
VEJA A EVOLUÇÃO DA INFLAÇÃO DE MODA EM UMA DÉCADA
Para ajudar na análise do comportamento do grupo Vestuário ao longo da década, o GBLjeans fez um levantamento especial. Dessa observação, resultaram dados adicionais que subsidiaram a produção de mais dois gráficos além dos habituais de mês e acumulado do ano.
Um gráfico novo mostra a inflação de moda de 2010 a 2019, comparada com a inflação oficial geral. O outro compara com exclusividade a inflação de moda com a de roupas.