A queda real de preços da indústria têxtil de São Paulo foi de 1%
A indústria têxtil paulista sofreu no ano de 2006 uma queda real de preços de 1%, motivada principalmente pelo aumento de 57% nas importações do setor entre janeiro e outubro. Essa é a conclusão da pesquisa realizada pelo SEBRAE/SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) com a participação de 2.703 empresas.
Após dois anos de crescimento, as MPEs, que representam 98% das empresas no estado de São Paulo, se deparam com uma queda no faturamento. Encerram o ano com cerca de R$ 6,9 bilhões a menos que os R$ 245 bilhões de 2005. No setor têxtil, o índice de queda no faturamento acompanha os 2,8% das demais MPEs paulistas.
De acordo com Marco Aurélio Bedê, coordenador do observatório das MPEs, “no ano passado a economia passava por uma fase de desaquecimento e, agora, deve entrar em recuperação, permitindo que o faturamento em 2007 acompanhe as expectativas de melhora”. A previsão de recuperação em 2% no faturamento, conta com os fatores que se mostram favoráveis às MPEs como inflação sob controle, juros menores, a continuidade nos aumentos dos salários e a economia mundial em expansão.
Os principais fatores que contribuíram para a queda em 2006 foram o aumento no volume de importações (que chegou a 25% a mais que no ano anterior), a crise na agropecuária e o comprometimento de bens duráveis das famílias. Na capital, as MPEs mais atingidas foram as prestadoras de serviços a outras empresas como as da área de limpeza, transporte, contabilidade, beleza, segurança e engenharia, conta Bedê.
A área que sofreu maior queda no faturamento foi a do comércio, com recuo de 4%, seguida pela área industrial (- 3,9%). O segmento de serviços teve receita praticamente estável, com leve desaceleração de 1%.
O crescimento lento das exportações, a manutenção da taxa de câmbio do real em relação ao dólar considerada desfavorável para as vendas externas, a falta de crédito para a produção de MPEs e outra possível crise na safra agrícola de 2007 são os fatores mais preocupantes e que podem impedir a expansão do faturamento e do nível de pessoal ocupado das micro e pequenas emrpesas paulistas, avaliam os analistas do Sebrae.