Os negócios com a China

Os dados da balança comercial mostram os reflexos da invasão chinesa sobre o mercado de jeans no Brasil

Em dois anos, a participação da China no mercado brasileiro de jeans cresceu com apetite voraz. Em tecido denim, a balança comercial foi favorável ao Brasil até dois anos atrás. Com números modestos. No ano de 2004 inteiro, as tecelagens brasileiras exportaram US$ 667,32 mil (FOB) para o país asiático, enquanto os chineses venderam US$ 346,49 mil para o Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, essa relação se inverteu completamente nos dez primeiros meses de 2006.

 

De janeiro a outubro, as empresas nacionais venderam US$ 90,16 mil para a China. Em compensação, o mercado interno absorveu US$ 3,843 milhões, o equivalente a 85,5% de tudo o que o Brasil importou em denim (índigo e color) no período. Os dados mostram que até outubro as importações de tecido somaram US$ 4,49 milhões.

 

Em produtos acabados, o comércio de calças de algodão entre os dois países (nas quais os especialistas incluem as calças jeans) já era desfavorável para o Brasil em 2004, como mostram as estatísticas do MDIC. Há dois anos, as confecções locais não venderam nada para a China. Mas as importações de calças totalizaram US$ 2,481 milhões, dos quais apenas 10% correspondiam a calças femininas.

 

O desequilíbrio dessa relação se agravou, desde então. De janeiro a outubro, as empresas brasileiras compraram da China US$ 8,26 milhões em calças de algodão e continuaram a não vender nada. Isso equivale a 35,5% dos US$ 22,98 milhões em calças importados pelo Brasil até outubro.

foto: agência SPPress