O assunto foi analisado na palestra de Mauro Fioranti
Foi realizada hoje, 28, na Fenit (Feira Internacional da Indústria Têxtil), a palestra Padrões de Corpo e Moda, por Mauro Fiorani. Durante a apresentação do tema, foram abordados assuntos referentes a influência da indústria da moda na sociedade. De acordo com o palestrante “a sociedade aprendeu a fazer uma pré análise das pessoas de acordo com sua aparência. Por este motivo, a roupa de uma pessoa pode, de certa forma, transformá-la, inseri-la em uma “tribo”, e até mesmo dar segurança a esta pessoa”.
A análise apresentada mostra que a vestimenta serve como um instrumento de conquista, que, apoiado pela mídia e o marketing, “vende expectativas e emoções”. A moda acaba sendo imposta ao consumidor que, tentando se adaptar ao que é apresentado, acaba por perder sua identidade e criar uma confusão de valores.”As informações sobre moda são, hoje, tão abundantes, que o consumidor se perde. É preciso que os confecçionistas resgatem o que há de melhor nessas informações, para, assim, dirigir o produto a seu público”, explica Fiorani. As marcas, em sua estratégia, produzem o conceito, a “alma” da marca, e isso agrega valores que atraem o consumidor.
“Buscamos nas roupas desejops e satisfações” e, por isso, muitas vezes o fator da “juventude é utilizado como incentivo de compra para o consumidor, que busca adaptar-se às condições e padrões impostos através de sua vestimenta. Da mesma forma, com a falta de uma padronização brasileira de medidasm é imposto, também, o corpo que deve ser o “padrão”. “A exigência da mulher magra como ideal estético e de elegância, é reflexo de preocupções mais profundas”, acrescenta Fioranti, destacando que cerca de 95% dos casos relacionados a distúrbios alimentares como bulimia e anorexia nervosa, são representados por mulheres. “As marcas constróem modelagens e numerações baseadas nesse “padrão”, e o consumidor que não se adapta a essas medidas fica deslocado”, explica.
“Hoje o corpo indica a moda, e antes era o contrário”, afirma Fiorani. Com a globalização, entidades têxteis do país tentam definir padrões para que o consumidor não encontre mais confusões em relação a numeração e tamanhos dos produtos. Já está em vigor a NBR 13.377, que determina padrões de tamanho no vestuário brasileiro, no entanto, uma pequena parcela das confecções respeita à norma que, apoiada pela NBR 12.071 (de artigos de confecção para o vestuário) e NBR 15.127 (de padrões de medida), se torna obrigatória a partir de 2008.