Governo patrocinou a participação de seis empresas na Fenit
As empresas paraguaias estão interessadas nos consumidores do Brasil. O vizinho com tradição de produtos falsificados quer virar o jogo e provar que pode oferecer produtos de ótima qualidade, além de expandir o mercado, uma vez que a demanda interna do país é pequena. O setor têxtil do Paraguai é um dos primeiros a mexer os pauzinhos. Por meio da Red de Inversiones y Exportaciones (REDIEX), o organismo local criado em março de 2005 com o objetivo de estimular as exportações, seis empresas paraguaias participaram pela primeira vez da Fenit, na semana passada.
As indústrias e as confecções são responsáveis por 9,5% das vendas externar do país e o setor foi eleito prioritário pelo governo. O Brasil já é um grande parceiro têxtil, fornecendo tecido para o país vizinho. No ramo de denim, as empresas têm um grande campo. As brasileiras Santista, Canatiba e Vicunha são as principais fontes de abastecimento.
Segundo, Roberto Enguia, dono da fábrica Robles, a maior confecção de jeans do Paraguai, não há fábricas de denim no país. A marca, que existe há 20 anos, sempre trabalhou com índigo importado da Argentina e do Brasil. A produção da Robles é de 5 mil peças por dia. A maior parte da receita da empresa corresponde a exportações, que somam 70%.
Desse total, 60% vão para a Argentina, sendo a rede Carrefour um dos principais compradores. A confecção ainda vende para a Zara e para o Carrefour, na Espanha, para o Wal-Mart, no Brasil, e para outros países da Europa. As peças são produzidas pelos 550 funcionários na fábrica na capital Assumpção. A empresa trabalha com dois padrões de jeans, um mais barato e a linha premium. No Brasil, a Robles busca vender as peças mais caras.