Área plantada cresce no Brasil, assim como na maioria dos países exportadores, e o volume previsto de pluma produzida aponta para crescimento de dois dígitos
A produção global de algodão deverá crescer 12% na safra 2017/18 em relação à anterior, de acordo com o relatório de dezembro do Icac (International Cotton Advisory Committee), órgão que monitora o mercado. Para a próxima temporada, as projeções indicam 25,74 milhões de toneladas produzidas no mundo todo. O consumo deve expandir bem menos, algo como 2,85%, para chegar a 25,22 milhões de toneladas. Segundo o Icac, todos os principais países produtores de algodão deverão aumentar o volume produzido, incluindo China, Brasil, África Francófona e Turquia.
Também a área de plantio que por dois anos seguidos apresentou declínio tem previsão de crescimento. O Icac estima que a safra 2017/18 terá 32,5 milhões de hectares plantados, que representaria 11% de aumento. Maior produtora mundial de algodão a Índica terá área plantada de 11,5 milhões de hectares, com produção estimada para crescer 8,7%, chegando a 6,2 milhões de toneladas, aponta o órgão de monitoramento do mercado.
“Espera-se que as importações da China permaneçam estáveis à medida que reduz a taxa de estoque. O uso da usina na China deverá crescer de 1% para 8,12 milhões de toneladas”, prevê o relatório do Icac.
PREVISÕES PARA A SAFRA BRASILEIRA
Como esperado, a plantação brasileira de algodão deverá contribuir para a tendência de crescimento da safra mundia 2017/18. Em área de cultivo, a expansão será de 20% sobre a temporada anterior alcançando 1,13 milhão de hectares, segundo dados divulgados pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). O aumento do volume de produzido está projetado para 12%, equivalendo 1,82 milhão de toneladas de pluma produzida.
A indústria têxtil é uma das maiores consumidoras de algodão no mercado interno e o estimado crescimento tanto em número de peças confeccionadas localmente quanto de produção têxtil deverão aumentar a demanda por algodão em 2018.
SOBRE PREÇOS E O ALGODÃO NO DENIM
Segundo o Icac, a despeito da diferença entre os preços do algodão e os preços das fibras de poliéster ter caído desde meados de 2017, a expectativa é que ainda assim o consumo das fibras de algodão continue em alta. No Brasil, o algodão continua sendo o principal insumo da indústria têxtil, mas tem aumentado a participação das fibras de poliéster e outras de origem natural.
No denim, a indústria tem cada vez menos lançado artigos com composição em 100% algodão. Prevalecem nas linhas as misturas de fibras, por razões da própria moda e por pressão das confecções para ter tecidos com custo mais baixo por metro.