Segundo acompanhamento do IEMI, em 2007, as confecções brasileiras produziram quase 6 bilhões de peças
A produção nacional de roupas deve crescer entre 4 e 5% em 2008, taxa ligeiramente maior que os 3,5% de aumento registrados em 2007, quando foram confeccionados 5,9 bilhões de peças. Embora o ritmo seja considerado vegetativo, a expansão se explica pelo bom momento da economia brasileira, o processo de amadurecimento da indústria da moda no país, investimentos industriais no setor e o consumo acelerado por uma população que em 11 anos foi reforçada por novos 28 milhões de habitantes e renda per capita que aumentou 11% no mesmo período, aponta Marcelo Prado, diretor do IEMI (Instituo de Estudos e Marketing Industrial).
Com mais gente e mais dinheiro em circulação, o nível de consumo aumentou em todas as áreas no país. “Temos que ganhar espaço para roupa no orçamento familiar e, para isso, as empresas precisam focar suas estratégias no consumidor”, observou o economista em palestra realizada ontem, 13, durante o evento de lançamento da coleção primavera/verão 2009 da Vicunha.
Mar de marcas
A análise precedeu a apresentação que fez com um resumo da pesquisa realizada anualmente pelo instituto sobre os hábitos e comportamento de compras dos consumidores no Brasil. O levantamento consultou 5 mil pessoas, homens e mulheres com mais de 15 anos, no final do primeiro semestre de 2007, concentrando o foco sobre a última compra de roupa realizada pelo entrevistado. Para análises de projeção, a pesquisa inclui planejamento das próximas compras.
Segundo Prado, 65% dos entrevistados pretendiam comprar pelo menos um item das novas coleções. Os quatro produtos mais desejados são: calças jeans, blusas, vestidos/saias e suéteres, nesta ordem. Ele também destacou que em 88% dos casos, a pessoa decidiu comprar a roupa com base na observação da vitrine, reforçando a importância da exposição do produto no ponto-de-venda. “Como o consumidor compra o que vê, se sou confecção, preciso saber como meu produto está sendo vendido no ponto-de-venda e ter um bom plano de marketing de comunicação”, aconselha o analista.
Tem que ser um plano bom, mesmo, para sobressair num mar de 4 mil marcas diferentes detectadas pela pesquisa em 2 mil pontos-de-venda do varejo analisados.