Segundo o governo local, que recentemente visitou o pólo do Agreste pernambucano, importação de maquinário e matéria-prima é alternativa para abastecer a indústria da região
A intenção para a criação de um pólo de confecções no Acre toma forma. Após visitar Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, as autoridades acrianas entram em fase de finalização para formalizar o projeto que deverá reunir diversas empresas do ramo têxtil, incluindo a construção de um distrito industrial. Analisando os investimentos em maquinário, uma das principais hipóteses seria a importação dos equipamentos e de matéria-prima para o abastecimento do pólo que, inicialmente, deve ser voltado para a área de malharia.
A visita a Pernambuco foi feita por uma comitiva formada por empresários e secretários do governo do Estado para estudar a estruturação do pólo de confecções. A decisão política já foi consagrada, mas ainda faltam acertos para que os primeiros incentivos sejam anunciados. “Temos que finalizar o projeto, aumentar a área de funcionamento, investir em maquinário e em formação de mão-de-obra”, explica Edvaldo Magalhães, secretário da Sedict (Secretaria do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia do Acre).
De volta de uma viagem ao Peru, em que concretizou parcerias para o ramo alimentício na rodada de negócios em Arequipa e Lima, Magalhães reforça a intenção de importar maquinários e matéria-prima. Ele enfatiza a proximidade do estado a países como Peru e Bolívia e afirma que contará com parceria entre as federações para os primeiros investimentos em máquinas. O estado utiliza a rodovia transoceânica, que liga o norte do Brasil ao Peru, para facilitar o acesso aos portos do oceano Pacífico.
Devido ao mesmo fator, a importação de matéria-prima representa importante alternativa à escassez de insumos que ainda não estão presentes no estado. “Para o jeans, por exemplo, pode ser mais fácil estabelecer contato com a China”, ressalta o secretário. Apesar da visita ao maior centro pernambucano de produção de jeans, o projeto não se volta para esta cadeia e, sim, para a de malha, mais presente entre as confecções existentes no Acre.
Atualmente, o pólo de confecções do estado mantém cerca de 40 confecções, como conta a presidente do Sindicato da Indústria e Confecções correlatas do Estado do Acre, Raimunda Holanda. Ela também reforça que as empresas já fazem parte de um projeto com o Sebrae, para o desenvolvimento da indústria.
O secretário garante que até o fim do primeiro semestre de 2012, as ações em prol do pólo devem ser iniciadas, começando pela definição da área em que serão concentradas as empresas. Por enquanto, o secretário confirma que a região deve ser instalada em Rio Branco, capital do estado, e na cidade de Cruzeiro do Sul. “O que mais nos estimulou foi ver o envolvimento das famílias de Pernambuco. É uma atividade que pode incluir muitas famílias e é essa a nossa intenção. Ver essas pequenas unidades familiares produzindo dentro de uma garagem, que se torna uma empresa pequena, que fornece para as médias e grandes, é o que queremos fazer, assim como vimos em Pernambuco”, conta Magalhães.
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