Para a ABVTEX, a tendência de alta deve continuar em 2011, mas estaria ameaçada caso a indústria nacional não acompanhe o mesmo ritmo
O aumento de poder aquisitivo do consumidor e a oferta de crédito explicam a forte expansão registrada pelo grande varejo têxtil em 2010, no Brasil. Segundo balanço da ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), entidade que representa as maiores redes do varejo local que comercializam vestuário, acessórios de moda, artigos de cama, mesa e banho, a tendência de alta deverá manter ritmo semelhante em 2011.
Em número de lojas, a rede dos associados cresceu 13,7%, atingindo 1.766 unidades, em 2010. Em 2009, essa base encerrou o ano com 1.553 lojas. A abertura de mais unidades refletiu no quadro de funcionários. O segmento, que no ano passado empregou 176.856 profissionais, termina 2010 com aumento de 8,8% ou 192.358 funcionários. O desempenho acima da expansão verificado no setor têxtil e de confecção foi compensado com o aumento das importações.
Para evitar o impasse, recentemente representantes dos dois setores organizaram um encontro para discutir alternativas. O setor industrial reivindica medidas governamentais para restringir o avanço dos produtos importados, apontando para o risco de desindustrialização. Os varejistas alegam que importam para atender exigências do próprio mercado. “O consumidor pesquisa e exige qualidade a preço competitivo. Nesse sentido, as empresas são obrigadas a importar, e a adoção de barreiras à importação não resolve este problema, que é estrutural”, afirma a ABVTEX em comunicado distribuído esta semana ao mercado.