São Paulo quer mais emprego na moda

A partir do programa Fashion Sampa, prefeitura planeja ações de fomento ao setor, especialmente na área de confecção de vestuário.

Com base em pesquisa que analisou os dados de emprego de 2012 a 2018 na cidade de São Paulo, a prefeitura estima que a capital do estado concentra 9% dos trabalhadores do setor de moda no Brasil. “O setor da moda emprega mais de 155 mil de pessoas em toda a cidade de São Paulo, sendo responsável pela principal geração de renda de milhares de famílias. A taxa deste setor corresponde a 56% dos ocupados na indústria da transformação”, declarou em comunicado à imprensa a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

A remuneração média de quem trabalha na área é de R$ 2,1 mil, diz a pesquisa. A maioria trabalha nas regiões central e leste de São Paulo, principalmente nos bairros do Bom Retiro, Brás, Pari e Belém. O estudo foi elaborado pelo Observatório do Trabalho, parceria da secretaria com o Dieese. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos é uma entidade mantida pelo movimento sindical brasileiro. Realiza pesquisas sobre custo de vida, emprego e outros aspectos relativos ao mundo do trabalho no Brasil.

Até 2017, a prefeitura contabilizava 25.100 pessoas que abriram negócio no setor, na categoria de MEI (Microempreendedor Individual”. Segundo a secretaria, desse total, 45,5% atua no segmento de confecção de peças do vestuário e 22,5% em encomendas de roupas e acessórios sob medida.

“Esse setor é um dos que mais corre risco por conta da automação, da digitalização e das transformações da cadeia. Nosso objetivo é qualificar os trabalhadores, fazendo com que a lucratividade e o desempenho nas vendas melhorem e, consequentemente, gere impacto no mercado da moda”, destacou a secretária municipal Aline Cardoso. Por isso, em junho a prefeitura instituiu o programa Fashion Sampa.

AÇÕES PLANEJADAS

No âmbito do programa, as ações planejadas incluem a formação de mil pessoas em cursos de corte e costura até o final de 2020. Prevê o incentivo à criação de duas cooperativas do setor. Também pretende criar o Teia Cidade Tiradentes, um espaço de coworking voltado ao empreendedorismo na moda. A intenção é que seja instalado no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes. Desde o ano passado, esse centro oferece curso de moda e costura de duração média de 200 horas. Segundo a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, 400 concluíram o curso.

Outra frente de trabalho do Fashion Sampa visa combater a pirataria na moda. Também desenvolverá ações educativas para a produção e o consumo socialmente e ambientalmente sustentável. A intenção é colaborar com a erradicação do trabalho análogo à escravidão e a redução de impactos ambientais causados pela indústria têxtil, diz a secretaria.