Pelo terceiro mês consecutivo, alta dos preços de moda é a maior registrada pelo IBGE.

Desde março, a inflação de vestuário pressiona e sobe acima da inflação oficial. Os reajustes de itens como roupas e calçados não afrouxaram nem mesmo com três meses de recuo da inflação brasileira. E em outubro, pelo terceiro mês seguido, a alta dos preços de moda é a maior registrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre todos os produtos e serviços monitorados pela pesquisa que calcula o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Chamada de Vestuário, moda sobe
1,22% em outubro sobre setembro.Só as roupas encareceram 1,37%, com roupas masculinas ficando 1,70% mais caras que no mês anterior.
O preço das roupas femininas aumentou 1,19% e o das infantis ficou 1,12% mais caros sobre a forte alta de setembro.
A inflação de moda piora em outubro também pela influência de calçados e acessórios, com alta de 0,99%; de joias e bijuterias que encareceram 0,62%; e de tecidos e armarinhos que variaram 0,44% em setembro.
A inflação oficial brasileira fecha setembro com variação de 0,59% e dispersa três meses de queda. Conforme o IBGE, oito das nove atividades pesquisadas apresentaram alta. Só comunicação teve queda de 2,08%.
INFLAÇÃO DO ANO
No acumulado do ano, a inflação oficial brasileira acelera para 4,70%. Já moda acumula aumento de 14,99%, com vestuário que sobe e leva a inflação de janeiro a outubro para 16,24%.
Em dez meses, as roupas masculinas encareceram 17,91%, quando comparadas a igual período de 2021.
As roupas femininas acumulam inflação de 17,14% no mesmo período.
Roupas infantis apresentam alta acumulada de 11,27%.
Todos os itens que formam a cesta que o IBGE chama de Vestuário acumulam alta de janeiro a outubro.
Calçados e acessórios ficaram bem acima da inflação oficial, acumulando alta de 14,39% em dez meses.
A categoria de tecidos e armarinhos subiu 7,93% no ano, enquanto joias e bijuterias acumulam reajuste de 3,49% no período.
INFLAÇÃO EM 12 MESES
O IPCA geral dos últimos 12 meses até outubro concentra alta de 6,47%. O grupo Vestuário apresenta variação acumulada de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA, como destaca o IBGE.
Isso porque todos os produtos de moda foram além da inflação oficial de 12 meses. Roupas masculinas acumulam inflação de 22,29% em 12 meses até outubro.
As roupas femininas registram ialta no mesmo período de 20,49%, e as roupas infantis, de 14,64%.
Calçados e acessórios chegam a outubro com alta de 17,93% em 12 meses.
Tecidos e armarinhos têm variação acumulada de preços de 10,31%. Com 4,32%, joias e bijuterias ficam abaixo da inflação oficial de 12 meses.
INFLAÇÃO ACUMULADA NAS CAPITAIS
Até outubro, a inflação acumulada do ano de moda e de roupas avança nas 16 capitais que são destaque da pesquisa do IBGE. Apenas Rio Branco permanece abaixo dos 10% de inflação acumulada no ano.
Salvador e Aracaju continuam como as capitais mais caras para comprar roupas e outros artigos de moda em 2022.
Já a análise dos últimos 12 meses até outubro mostra que a escalada inflacionária de moda e de roupas vem perdendo velocidade. Salvador por exemplo segue com a maior alta nos preços de roupas, mas o acumulado recuou de 32,46% até agosto para 26,76% em 12 meses até outubro.
NAVEGUE PELOS GRÁFICOS
Produzidos pelo GBLjeans, os gráficos interativos mostram a inflação mensal em 2022 em moda, que o IBGE chama de grupo Vestuário, comparada à inflação oficial brasileira.
Em levantamento especial, o GBLjeans acompanha o IPCA de roupas, dividido em masculinas, femininas e infantis. Registra ainda a variação de calçados e acessórios, tecidos vendidos no varejo, joias e bijuterias.
A sequência de gráficos inclui a variação acumulada de moda e roupas em relação à inflação oficial do ano e nos últimos 12 meses.
Dois outros gráficos informam a variação acumulada de moda e roupas em 16 capitais para o ano e nos últimos 12 meses.