Licenciada de cerca de cem marcas, como Calvin Klein, a empresa pediu proteção judicial para realizar reestruturação financeira.
Só tem crescido a lista de empresas de moda que recorrem ao Chapter 11 da lei de Falências, dos Estados Unidos, equivalente no Brasil do pedido de recuperação judicial. Nesta semana, foi a Centric Brands, licenciada para produzir e comercializar em torno de cem marcas na América do Norte. O portfólio da empresa inclui Calvin Klein, Tommy Hilfiger, Under Armour, Timberland, Joe’s Jeans, Hudson Jeans, entre outras grifes. A solicitação de proteção surpreendeu o mercado porque em fevereiro a empresa comprara a Zac Posen.
Na solicitação, a Centric Brands atribui as dificuldades financeiras à pandemia da covid-19. Segundo a companhia, muitos lojistas cancelaram pedidos, restringindo o fluxo de caixa. Também citou impactos como interrupção da cadeia de suprimentos, declínio nas atividades de vendas e demanda por dinheiro em tempo hábil para pagamentos de parceiros de produção e distribuição. Dessa forma, entrou no processo de recuperação com US$ 1,7 bilhão em dívidas financiadas.
A proposta submetida à análise das autoridades, prevê transformar a empresa em uma private equity. Os credores assumiriam o controle liderados pelos fundos de investimento Blackstone, Ares Capital e HPS Investment Partners. Esses parceiros comprometeram-se a um aporte de US$ 435 milhões, que permitiriam à Centric Brands manter a operação normal.
CANAL DE ATACADO EM CRISE
Antes da crise, a companhia empregava 2,1 mil funcionários, tendo cortado 600 postos em abril. De acordo com a descrição em comunicado ao mercado, a Centric Brands projeta, produz, comercializa, gerencia e comercializa roupas de crianças, homens e mulheres, além de acessórios, sob marcas próprias e licenciadas. Entre os canais de atacado, a carteira de clientes inclui grandes varejistas como Amazon, Costco, Dillard, JC Penney, Kohl, Macy’s, Nordstrom, Ross, Target, TJX Companies e Walmart.
Nos Estados Unidos, a pandemia levou a medidas semelhantes de proteção pelo Chapter 11, o J. Crew Group, o Neiman Marcus Group e a JC Penney Co.