Chanel investe em química verde

Pelo aporte, casa de luxo adquiriu participação minoritária na empresa Evolved by Nature, que desenvolveu seda em forma líquida.

Na semana passada, a Chanel fez mais um movimento na direção de tornar produtos de luxo menos prejudiciais ao meio ambiente. Anunciou que realizou um aporte, adquirindo participação minoritária em uma empresa de química verde. A Evolved by Nature é uma startup de Boston, nos Estados Unidos, que desenvolveu seda em forma líquida. De acordo com as empresas, a parceria permitirá explorar o insumo em tecidos inovadores. O valor do investimento não foi revelado, assim como não foi especificada a participação da Chanel nas pesquisas.

A Evolved by Nature foi fundada em 2013 pelo químico Gregory Altman e pela engenheira biomédia Rebecca Lacouture. Eles lançaram a Activated Silk, um derivado de casulos de bicho-da-seda descartados. É seda em forma líquida que quando dissolvida em água permite uma série de combinações com outros materiais. Tem aplicação têxtil, em cosméticos e produtos farmacêuticos. Segundo a empresa, substitui polímeros sintéticos, plásticos e outros aditivos.

A empresa química detém cerca de dez patentes contendo combinações moleculares da proteína natural da seda desde a sua primeira aplicação em 2014. Além da Chanel, a Evolved by Nature tem entre os investidores Kraft Group, Jeff Vinik e Roy P. Disney.

Em 2016, a Chanel já havia criado uma unidade de produção de seda ao adquirir quatro produtores do insumo franceses, da região do Loire. Eram fornecedores antigos da empresa, respondendo desde a fabricação do fio à tecelagem e estamparia.

OUTROS INVESTIMENTOS

Em outro movimento de investimento em inovação, a companhia francesa comprou em dezembro passado participação na Sulapac, empresa finlandesa que desenvolveu embalagem feita de plástico biodegradável. A intenção neste caso é usar a tecnologia para a área de artigos de beleza, como os cosméticos da marca. O plástico da Sulapac é feito a partir de aparas de madeira e ligantes naturais.