Em 2021, varejista italiana ultrapassa as gigantes H&M e C&A e alcança pontuação inédita.
Elaborado pelo grupo de campanha por moda responsável Fashion Revolution, o ranking desta edição das marcas mais transparentes do mundo trouxe uma surpresa. A italiana OVS lidera o Fashion Transparency Index de 2021.
A varejista com 1,8 mil lojas espalhadas por Europa, Ásia e América Latina obteve 78% dos 250 pontos possíveis de serem alcançados na análise. Desbancou, assim, gigantes globais do varejo de moda, como H&M, a líder de 2020, com 72,8% dos pontos totais.
A OVS é a única marca que atingiu a faixa do Fashion Transparency Index que vai de 71% a 80%. Antes dela, apenas a H&M no ano passado.
As dez primeiras posições do índice de transparência na moda de 2021 mudaram bastante em relação ao ano passado.
Em 2020, o top ten era ocupado por 16 marcas (algumas com a mesma pontuação dividindo posição).
O top ten de 2021 inclui 15 marcas. Cinco delas permaneceram com as melhores pontuações também em 2021, mesmo variando de posição.
As outras dez melhoraram de desempenho de um ano para o outro. Enquadram-se nesse caso, além da italiana OVS, subiram para as primeiras posições Gildan, Esprit, United Colors of Benetton, Calvin Klein, Tommy Hilfiger, Van Heusen, Gucci, Kmart Australia e Target Australia.
Veja o quadro de comparação ao final da reportagem.
MÉDIA GERAL
O índice médio de transparência em 2021 repetiu 2020: 23%, indicando que a moda está mais opaca que transparente. Assim como no ano passado, a edição atual analisou 250 nomes, entre marcas e varejistas.
Do total, 41 delas tiveram pontuação abaixo de 5%. Entre as que mais caíram no ranking, o relatório destaca a Adidas que saiu do 3º lugar com 173,5 pontos para 21º com 136 pontos.
Outra que caiu no ranking foi a Wrangler. Desceu da 11a posição (146,5 pontos) para a 64a (85,5 pontos).
CRITÉRIOS E MUDANÇAS
O Fashion Revolution elabora o Fashion Transparency Index com base em informações públicas de marcas e varejistas sobre cadeias de fornecimento, práticas de negócios e os impactos dessas práticas em relação a trabalhadores, comunidades e meio ambiente.
É uma forma de incentivar a indústria da moda a reconhecer os problemas e entender como resolvê-los, afirma o relatório que acompanha os resultados da análise deste ano.
Para a edição atual, a metologia foi atualizada. As alterações envolveram, entre outros quesitos, reduzir a ponderação dos pontos da Seção 1 que trata de Políticas e Compromissos, dando mais peso aos indicadores que dizem respeito à implementação dessas políticas.
“Reconhecemos que as políticas nem sempre refletem com precisão como um negócio é administrado. Por isso, este ano, quisemos dar maior ênfase aos resultados dos esforços das marcas”, explicou o relatório.
Também ganharam pontos os tópicos que envolvem a divulgação de entregas, resultados e impactos.
Publicado desde 2016, o índice “não mede ética ou sustentabilidade”. Não aponta as marcas mais éticas ou mais sustentáveis.
“O Fashion Transparency Index mede a divulgação pública de informações que as pessoas podem usar para responsabilizar grandes marcas influentes por seu envolvimento”, ressalta o Fashion Revolution.
CONFIRA O TOP TEN DO ÍNDICE
