Previsão é a indústria de moda encerrar 2016 movimentando negócios avaliados em US$ 2,4 trilhões, no mundo inteiro.
Mesmo diante de um ano incerto, em transição e bastante desafiador, como foi 2016, o mercado global estima que a indústria alcance US$ 2,4 trilhões, maior que o PIB de muitos países. Confirmado esse volume de negócios em 2016, o mercado teria expandido entre 2 e 3%. Para 2017, a previsão é de taxa de crescimento ligeiramente maior entre 2,5% e 3,5%. A análise pertence ao estudo Global Fashion Survey realizada pela primeira vez a partir da parceria da consultoria Mckinsey com o portal Business of Fashion (BoF), e cujos resultados foram divulgados em dezembro.
De acordo com o estudo, 2016 foi um ano difícil para economia em geral por conta dos ataques terroristas na França; pelo movimento Brexit, que votou pela saída do Reino Unido da União Européia; e a volatilidade da Bolsa de Valores chinesa. As ondas desses choques afetaram o mercado de moda, embora não de maneira uniforme. Alguns segmentos como o de roupas de alto luxo e jóias foram mais contaminados que outros. “Os consumidores tornaram-se mais exigentes e menos previsíveis em seu comportamento de compra, que está sendo radicalmente remodelado pelas novas tecnologias”, aponta o documento.
AGENDA DA MODA NO PRÓXIMO ANO
A pesquisa sobre o mercado global de moda reuniu dez tópicos que os analistas avaliam que deveriam constar da agenda de executivos de gestão das empresas. Entre os aspectos a considerar o relatório destaca a volatilidade econômica, uma vez que nada indica que em 2017 estarão resolvidas as questões em torno da instabilidade geopolítica, o terrorismo, os acordos comerciais suspensos e a influência sobre a economia com a posse de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Também recomenda atenção às mudanças de classes de consumidores, como atender demandas de jovens e velhos, por bem estar e por atender expectativas rapidamente.
O crescimento das vendas tende a ser orgânico, fazendo mais negócios com os que já são clientes ao invés de buscar expansão com atuação em novas regiões geográficas ou novos canais de distribuição. Tecnologia terá que ser parte do repertório de gestão para melhorar a eficiência da cadeia de fornecedores, identificar novas fontes de suprimento e cortar custos de insumo. Ainda estará na agenda a reavaliação de portfólio de marcas pelos conglomerados, seja para adquirir novos alvos, seja para se desfazer de marcas abrindo espaço para novos negócios.
