Associação dos produtores tem levado o movimento para toda a cadeia têxtil, incluindo shoppings atacadistas e negociando com grandes marcas de moda.
Lançada em novembro do ano passado pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a campanha ‘Sou de Algodão’ tem avançado para envolver toda a cadeia têxtil brasileira, incluindo fiações, indústrias de tecidos, atacadistas, criadores de moda e varejo – para aumentar a porcentagem de algodão em suas coleções. Hoje é muito difícil achar uma peça de roupa 100% algodão em redes varejistas, por exemplo, pois a maioria das coleções não levam em conta o tecido, aponta o presidente da Abrapa, Arlindo Moura.
A partir do lançamento durante a São Paulo Fashion Week marcou a primeira etapa da campanha que está agora em sua segunda fase, buscando o engajamento de marcas, instituições de ensino, como universidades e escolas técnicas, fiações, estilistas e a indústria da moda em geral. O portal ‘Sou de Algodão’ que apresenta diversas informações sobre o movimento, foi reformulado.
No final de junho, o movimento foi até o Mega Moda Shopping, de Goiânia (GO), que conta com 1,3 mil lojas atacadistas. A idéia é sensibilizar os empresários a lançarem mais peças com tecido apenas de algodão em suas próximas coleções. A Abrapa também está fazendo campanhas junto aos consumidores, para que procurem e exijam mais peças de algodão no ponto de venda.
AUMENTO NA SAFRA
Se depender dos produtores de algodão, não vai faltar matéria-prima. A safra de 2017/2018 terá crescimento de 17% na área plantada, resultando em aumento de 15% na produção, comparada à safra 2015/2016, segundo a Abrapa. A produção alcançará 1,7 milhão de toneladas, ocupando 1,1 milhão de hectares. “Também esperamos aumento do número de produtores certificados com selo de boas práticas e qualidade, que hoje alcança 75% das fazendas”, diz Moura. O algodão brasileiro representa 30% da produção certificada no mundo.
O movimento ‘Sou de Algodão’ está negociando com seis grandes marcas, além de trabalhar com as fiações e tinturarias. Junto à indústria têxtil, a Abrapa prevê que o trabalho vai se estender pelos próximos dez anos. De acordo com Moura, apesar da crise econômica, a indústria têxtil está renovando seu parque de máquinas. “É um bom momento para o setor investir em equipamentos para processar o algodão e produzir tecidos de melhor qualidade”, diz Moura.