Canatiba propõe reação ao mercado

Um dos maiores fabricantes do Brasil usou o Denim Day para demonstrar otimismo em 2015, apesar das dificuldades, prometendo produção ininterrupta.

Ao abrir o primeiro Canatiba Denim Day do ano, organizado em novo formato, Darci Covolan, diretor comercial da empresa, aproveitou para marcar posição. “Estamos aqui hoje para dizer a vocês: nós não podemos recuar, temos que avançar e continuar trabalhando (…). Para dizer que se a gente trabalhar e se esforçar vamos ter aqui um grande ano em nosso setor”, disse ontem, 26 de fevereiro, em evento realizado na capital paulista. De modo a enfatizar a confiança, afirmou: “Ligamos a nossa fábrica em 19 de janeiro e só vamos desligar essa fábrica em 19 de dezembro para as férias coletivas”.

O empresário disse que não pensa em desgraça, mesmo diante de um cenário econômico que considera bastante difícil. “A política da Canatiba é andar para frente”, refletindo que em 45 anos de mercado, a companhia enfrentou com sucesso outras crises pelas quais o país atravessou. Aproveitou para enfatizar a posição de estar entre os maiores fabricantes de denim do mundo, com planta industrial que ocupa 250 mil metros quadrados de área coberta e produz 11 milhões de metros de denim por mês.

Para enfrentar o novo momento do mercado, Darci Covolan afirmou que a empresa não mudará a política de lançamentos e que não vai pender para “produtos de combate”. “Vamos manter a produção ativa com produtos atualizados. Vai ter mercado para isso”, avaliou o empresário ao GBLjeans. Sob o impacto dos aumentos de custo com energia elétrica e de carga tributária, ele garantiu que, por enquanto, não haverá repasse dessa alta para os preços dos artigos. “Vamos esperar o mercado normalizar”, concluiu.

Desafios
O evento continuou, seguido de palestra do diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções), Fernando Pimentel, que traçou o panorama do setor, mostrando indicadores de desempenho em queda, mas, ressaltando que o jeans é um dos poucos mercados que escapa dessa análise. Sem previsão de crescimento do PIB em 2015, a expectativa da entidade é o setor faturar R$ 51,5 bilhões, contra R$ 52,4 bilhões em 2014.

Ele também apresentou projeções que indicam forte aumento na capacidade de consumo de vestuário no Brasil nos próximos dez anos. Segundo o estudo, se em 2014, o consumo no país foi de 1,4 milhão de toneladas de peças, em 2025 será de 2,1 milhões, que representaria aumento de 50%. “O nosso grande desafio é que esse crescimento seja capturado pela produção nacional e não pelos importados”, ressaltou Pimentel. O executivo avalia que, para vencer o desafio, parte dependerá do ambiente macro econômico. “Mas parte será conseguida com nossa capacidade de interpretar o mercado, de criar produtos, de ter gestão eficiente e de inovar com tecnologia”.

Novo formato
Ivna Barreto, gerente de marketing da Canatiba, explicou que com o novo formato do Denim Day, a empresa procurou aliar informações de mercado e tendências de moda. Ao panorama da indústria, seguiu a palestra de Bia Aidar com as direções do jeans para o verão 2016 mapeadas pelo fabricante. A tarde ficou reservada a duas palestras mais leves, a da jornalista Lilian Pacce, sobre tendência global do jeans, e da jornalista Mônica Salgado, sobre a participação do jeans nos editorias de moda.