Fabricante se mostra entusiasmado com a nova coleção de inverno, com os efeitos das mudanças internas e a demanda interna que a oscilação do câmbio pode gerar.
“A coleção que estamos mostrando hoje é o resultado de quase três anos de transformação de processos, especialmente no denim, cujo mix há um ano e meio era composto de 30% de denim premium. Hoje, é de 70%; e vamos avançar mais”, afirma Marco Antônio Branquinho Junior, o presidente da Cedro. Segundo ele, o denim Duo Elastic, apresentado durante o lançamento na Première Vision São Paulo, já é uma resposta nessa direção.
Ele explica que o novo artigo combina power forte com capacidade de retorno ao estado original. “Esse fio de alma de elastano com poliéster é tecnologia pura. E, apesar de a tecnologia ser implementada na fiação, acaba gerando necessidade em todo o processo, porque trabalha diferente do fio tradicional, afetando o comportamento no tingimento, no acabamento e em outras operações de produção”, observa o executivo. Mudanças tecnológicas também afetam a produtividade e o ritmo tem que ser compensado com mais eficiência, em um momento de economia pressionada, com aumento explosivo da conta de energia elétrica, escassez de água, oscilação do câmbio e o correspondente aumento dos custos dos insumos. O desafio não é simples.
“É hora de ter calma, o que não significa ficar parado. Intramuros as coisas estão andando, e andando muito, em questão de produtividade, e com a estratégia de desenvolvimento quase individualizado por cliente”, conta Branquinho, explicando o novo modelo comercial. A separação entre as unidades de moda e roupas profissionais implantada no ano passado chegou até o nível de representantes. Com a segmentação, esses profissionais passaram a ter atuação mais especializada, sendo preparados para identificar as oportunidades de negócios dentro do cliente “e do cliente da confecção”, completa o executivo, acrescentando que cada vez mais o desenvolvimento das coleções da Cedro estará orientado pelas demandas dos clientes.
A expectativa da companhia é de “um segundo semestre mais consistente, com menos flutuação do câmbio”. Avalia que a favor do mercado tem a questão da importação menor, por conta da alta do dólar, com provável substituição por produção local. “Qual o tamanho dessa reação, não sabemos”, finaliza.