Veja os erros mais comuns
A grande variedade de tecidos com elastano disponível no mercado brasileiro atende a todos os gostos e segmentos, a partir do emprego de diferentes construções, pesos, percentuais de alongamento/elasticidade, tingimentos, combinações de fibras, dentre outras variáveis. Os beneficiamentos em lavanderia também contribuem para o aumento dessa diversificação.
Porém, as peças com elastano devem ser processadas levando-se em consideração alguns cuidados de modo a garantir visuais adequados às tendências, preservação das características originais do tecido e manutenção da qualidade do produto acabado. Alguns processos, requerem mais atenção que outros.
A maior parte dos desgastes artesanais (manualidades), independentemente de serem efetuadas antes ou depois do processamento de fundo, pode ser aplicada de maneira similar aos tecidos em 100% algodão. A atenção deve estar voltada para os efeitos rasgados e lixados.
Os rasgados são efeitos caracterizados pelo rompimento dos fios de urdume, geralmente, a partir de cortes horizontais que visam preservar a trama do tecido. Quando aplicado em peças com elastano, esse efeito, após a eliminação dos fios de urdume no processamento do fundo, pode acarretar erro.
Isso porque o elastano presente na trama tende a retornar ao estado normal, retraindo as laterais dos rasgos provocando aspectos ondulados e irregulares. A opção é substituir os rasgados pelos ralados. Por serem obtidos a partir de rupturas parciais dos fios de urdume, os ralados eliminam ou minimizam as irregularidades e as ondulações indesejadas.
Vale lembrar que quanto maior a elasticidade do tecido, mais acentuadas serão as irregularidades ocasionadas pelo emprego desse efeito.
Efeito rasgado em base 100% algodão (esq.) e em base com elastano (dir.)
Efeito rasgado em base com elastano produz ondulações e deformidades
Efeito ralado em base com elastano
A aplicação manual de lixados também exige cautela. Ao sofrer a pressão imposta pelo movimento de esfregar a lixa, o tecido com elastano tende a alongar-se, podendo gerar estrias e vincos indesejáveis. A incidência do problema é menor quando os lixados são realizados nos infladores.
Reduzir a velocidade de lixamento ou a pressão exercida (difícil de calcular) pode evitar o problema no tecido. No entanto, irá ocasionar queda na produtividade. Efetuar lixados mais brandos, potencializando-os com used químico posteriormente é uma das alternativas mais adequadas.
Estrias geradas pelo alongamento do elastano no momento do lixado
fotos: Gleison Carneiro
*Gleison Carneiro é consultor em washdesign
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