Fabricante catarinense atende a indústria têxtil com fabricação robótica e planeja lançar aplicativo para celular que aponta a procedência da peça, informa o fundador, Junior Souza.
No final do ano passado, Junior Souza, fundador da Ecotag, fabricante de tags para indústria têxtil, recebeu uma encomenda inusitada: produzir lacres de identificação para uma grande marca que tinha recebido produtos de baixa qualidade da China. A partir daí a startup, fundada no final de 2014, especializou-se na produção de lacres, passando de 19 clientes em janeiro deste ano, para as atuais 80 marcas ativas. “Pesquisei o desenvolvimento de máquinas robóticas para que a produção fosse viável porque seria impossível competir com o custo de mão de obra da China”, afirma Junior.
O empresário desenvolveu os equipamentos – parte na Alemanha e parte na China – e implantou três robôs com capacidade de produzir 4,5 mil lacres por hora. “Nosso produto é um pouco mais caro que o chinês, mas além da qualidade, não atrasamos a entrega e atendemos sob demanda, ou seja, não é necessário que o cliente faça uma programação anual”, explica Junior. Outra dificuldade de quem importa o produto é que precisa de uma previsão com mais de 90 dias de antecedência.
“Com produção local é possível fazer compras periódicas, acompanhar o processo de fabricação e contar com uma equipe para atender as dúvidas”, completa. Outro benefício é não depender do câmbio na negociação. As tags são produzidas com material reciclado e, nos lacres, 25% da matéria prima é virgem e 75% é reaproveitado da linha de produção. O processo separa o plástico não usado e destina o material a um parceiro para estofar almofadas. O lucro é repassado a projetos sociais de incentivo ao empreendedorismo em escolas.
“As grandes marcas perdem R$ 115 bilhões anualmente com a pirataria, o que faz com que tags e lacres de segurança sejam cada vez mais importantes no mercado para garantir a autenticidade”, aponta Junior. Para que o consumidor final tenha ainda mais certeza da procedência da peça, a Ecotag vai lançar no final do ano um aplicativo para celular. “O app vai permitir que o consumidor leia a etiqueta por meio de seu smartphone e comprove a origem do produto”, explica Junior. Essa tecnologia será oferecida também para outros mercados além do têxtil e dará origem a uma nova divisão na Ecotag, cuja sede é em Blumenau, em um prédio de 1 mil metros quadrados, operando com capital próprio.
As tags e lacres da Ecotag são vendidos por 18 representantes que comandam uma rede de 60 vendedores com atendimento em todo o país. A empresa, segundo Junior, está buscando investidores para ampliar a produção.