Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira realizado pelo IEMI mostra também diminuição de 6,1% de pessoal empregado no setor no período entre 2010 e 2014.
Em 2014, todos os segmentos de manufaturas têxteis apresentaram queda em seus investimentos quando comparados a 2013, com liderança do setor de malharia (- 21,7%). Apenas os não tecidos tiveram crescimento de 8,1%. Os investimentos totais realizados na cadeia têxtil em 2014, em modernização e/ou ampliação da capacidade produtiva (máquinas, instalações e treinamento) totalizaram R$ 4,3 bilhões, representando queda de 14,7% sobre os valores investidos em 2013. Os dados fazem parte da 15ª edição do Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira – Brasil Têxtil 2015 realizado pelo Iemi (Inteligência de Mercado) com o apoio da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) por meio do programa Texbrasil e da APEX.
Em máquinas e equipamentos, os investimentos de 2014 atingiram R$ 2,3 bilhões, volume que corresponde a queda de 4,9% em relação aos valores de 2013. Na série histórica entre 2010 e 2014 houve crescimento de 21,9%. O segmento de fiação foi o que apresentou a maior redução nos investimentos em máquinas e equipamentos (-12,5%) em relação ao ano de 2013.
Entre 2010 e 2014 o número de unidades produtivas têxteis cresceu 6,4%, com registro de queda de 0,4% em 2014 comparado a 2013. Nesse período de quatro anos houve uma diminuição de 6,1% do pessoal no setor têxtil e de 2,4% nos confeccionados, segundo o levantamento. Os segmentos de confecções de meias e acessórios e as indústrias de não tecidos tiveram as maiores quedas: -9,0% e -8,3%, respectivamente. O número médio de empregados por unidade produtiva também registrou queda, tanto no setor têxtil quanto no de confeccionados apontando para um maior nível de automação no setor.
De acordo com o estudo do IEMI, a cadeia têxtil produziu em 2014 cerca de R$ 126 bilhões, o que é equivalente a 5,6% do valor total da produção da indústria brasileira de transformação, aí excluídas as atividades de extração mineral e a construção civil, que complementam o setor secundário da economia.
Os empregos gerados pela cadeia têxtil somaram 1,6 milhão de postos de trabalho em 2014, ou o equivalente a 16,9% do total de trabalhadores alocados na produção industrial nesse ano. O sudeste é a principal região produtora de têxteis no país, concentrando os maiores mercados consumidores, além de sediar os principais centros de distribuição de atacado e varejo. Porém, entre 2010 e 2014, a região perdeu parcelas de sua participação para o nordeste, centro-oeste e sul do país. Em 2010 o sudeste respondia por 46,9% da produção do país e caiu para 45,9%. O centro-oeste pulou de 2,5% para 3,1% e o nordeste saiu de 22% em 2010 e chegou a 22,4% em 2014.
Balança comercial
Nos últimos anos, o Brasil vem se consolidando como um país importador de produtos têxteis e confeccionados. A balança comercial da cadeia têxtil tem ampliado o déficit, chegando a US$ 4,7 bilhões em 2014. Em 2010, o déficit era de US$ 2,8 bilhões. Em quatro anos, houve crescimento de 69%, ou seja, uma média de 14% ao ano. As importações brasileiras de 2014, incluindo as fibras e os filamentos têxteis, cresceram 9,4% em volume de toneladas e 5,2% em valores em dólares em relação ao ano de 2013. Entre 2010 e 2014, cresceram 15,8% em volume e 43,0% em valores.
Comparando 2014 com 2013, no segmento de fibras e filamentos têxteis, o aumento foi de 15,2% em volume e de 8,7% em valores. As manufaturas têxteis (fios, tecidos, malhas e especialidades) apresentaram alta de 6% no volume e de apenas 1,2% nos valores. No segmento de confeccionados, houve alta de 8% no volume e nos valores apenas no último ano (2014). Já em relação a todo o período analisado, o volume cresceu 63,7%, e em valores, 127,5%.
Quanto às exportações brasileiras avançaram 19,8% em volume de toneladas e 7,2% em valores, em 2014. Entre 2010 e 2014, as exportações aumentaram 17,1% em volume e 12,0% em valores. No segmento de fibras, as exportações de algodão em 2014 avançaram 30,9% em toneladas e 22,8% em valores. Entre 2010 e 2014, os volumes cresceram 46,3% e os valores, 65,4%.