Goiás traça plano para aumentar produção

Goiás traça plano para aumentar produção em 2022

Estudo prevê o estado crescer 5,3% em 2022, ano que o país deverá enfrentar baixa de 2,1% no volume de peças.

Goiás traça plano para aumentar produção em 2022

Em esforço coordenado de ações de diferentes esferas públicas e privadas, Goiás traça plano para aumentar a produção de vestuário. Baseado em estudo realizado pelo Iemi, encomendado pelo Sebrae-GO, o estado pretende superar o gap que coloca Goiás como o 7º maior polo de produção de vestuário do Brasil mas o 2º maior polo de distribuição do setor. “É uma lacuna que está sendo preenchida por produtos de fora do estado”, resume Carlos Luciano Martins Ribeiro, presidente do Grupo Mega Moda e uma das lideranças locais do setor.

Com 180,2 milhões de peças de vestuário produzidas em 2021, Goiás respondeu por 3,3% da produção brasileira em 2021, aponta o estudo do Iemi, divulgado na abertura da Amarê Fashion, a semana de moda goiana. São Paulo ocupa o primeiro lugar com participação estimada em 26,9%.

Em faturamento, a produção de 2021 de Goiás está avaliada em R$4,9 bilhões, alta de 23% sobre 2020.

Mas enquanto o Iemi projeta queda de 2,1% para a produção nacional em 2022, o estudo estima que o volume de peças produzidas em Goiás crescerá 5,3%, alcançando em torno de 190 milhões de peças no ano.

Ainda assim, o polo não voltará ao desempenho de 2019, quando movimentou R$5 bilhões e produziu 196 milhões de peças de vestuário.

Na abertura da semana de moda, o diretor executivo do Sebrae-GO, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, explicou que a ação integrada pela qual Goiás traça plano para aumentar a produção envolve a colaboração entre poder público, envolvendo governo do estado e dos municípios, com a inciativa privada, está baseada em três grandes pilares: formação de mão-de-obra para costura e fomento da produção local por intermédio do programa Cinturão da Moda anunciado em fevereiro; revitalização urbana dos polos de vendas das regiões da 44 e da Bernardo Sayão, em Goiânia; e a realização da Amarê Fashion em iniciativa coordenada pelo Sebrae, com apoio do Senai, do Senac, do Sesc, da Fecomércio, do Grupo Mega Moda Park, da Associação dos Empresários da Região da 44 (AER44), da Agopa (Associação dos Produtores de Algodão de Goiás) e da seção local do Sistema das Organizações das Cooperativas Brasileiras.

AMARÊ FASHION

A primeira edição da semana de moda goiana Amarê Fashion contou com área de exposição ocupada por 51 estandes em pavilhão montado no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia. Amarê deriva da junção de amarelo do ipê.

Na área de exposição, o evento dedicou espaço especial para dez marcas autorais, onde estreou a Pitaia Limited. Organizou cerca de 500 rodadas de negócios envolvendo 44 compradores, dos quais quatro internacionais (Austrália, Estados Unidos, Guiana Francesa e Itália). Dessas rodadas participaram 75 empresas fornecedoras vindas de dez cidades: Aparecida de Goiânia, Córrego do Ouro, Cristalina, Firminópolis, Goiânia, Jandaia, Pontalina, Senador Canedo e Taquaral.

Os organizadores estimam que a rodada de negócios tenha movimentado R$29,3 milhões.

Aberta em 31 de agosto, a Amarê Fashion teve ainda três dias de desfiles com 16 marcas. O evento terminou no dia 3 de setembro com show do cantor Seu Jorge, no Palácio da Música do CCON.

A realização do evento visou fortalecer os pequenos negócios, incentivando os investimentos na criação de moda.

Entre outros dados, o Estudo Setorial: Desafios e Oportunidades para o Polo da Moda de Goiás mostra que 68% de 200 compradores consultados se abastecem no estado pela proximidade física; 43% pelo preço; e 35% pela qualidade. Ao mesmo tempo, 14% avaliam que falta variedade na oferta de modelos e estampas; 11% que a qualidade dos produtos precisa melhorar; 7% gostariam de preços menores; e 6% sentem falta de tendências diferentes.

Aberta ao público em geral, e com entrada gratuita mediante inscrição prévia, a Amarê Fashion estimou a visita de 12 mil pessoas ao longo dos quatro dias de evento. Nos desfiles das marcas associadas ao Mega Moda Park, pelo modelo de see now, buy now, o público pôde comprar as peças apresentadas a partir de QR Code que levava ao site de ecommerce do empreendimento.

Em outra iniciativa de cooperação, desta vez com a Secretaria de Turismo, durante a Amarê Fashion também foi lançado o roteiro turístico Tour da Moda por Goiânia. A intenção é incentivar o turismo de negócios no estado e atrair turistas para compras na capital.

CINTURÃO DA MODA

O secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Joel Sant’Anna, atualizou os dados do programa Cinturão da Moda ao abrir o evento. Informou que pelo plano que Goiás traça para crescimento da moda o estado comprou 10 máquinas de corte automático capazes de cortar 80 mil peças por hora. São equipamentos instalados nas cidades que participam do programa e o uso é comunitário.

PERFIL DO POLO DE GOIÁS

Goiás traça plano para aumentar produção em 2022
fonte: Sebrae-GO

foto: divulgação (Silvio Simões)

*A jornalista viajou a convite da Amarê Fashion