Gude passa pente-fino nos custos

Lavanderia contrata universidade para fazer diagnóstico da estrutura financeira

 

 Sob pressão dos preços, a Gude Lavanderia decidiu fazer um diagnóstico detalhado da estrutura de custos da empresa. Para tanto, firmou parceria com a Unesc (Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina) que por intermédio da Empresa Júnior, formada por alunos do curso de Administração de Empresas e Comércio Exterior da instituição, responderá pela análise.

 

O objetivo é montar uma planilha de custos específica para as características operacionais de uma lavanderia industrial de jeans. O trabalho de consultoria começou há pouco e a previsão é estar concluído até o final de setembro, diz Luiz Carlos Daniel, proprietário da Gude, uma lavanderia localizada em Nova Veneza, cidade da região de Criciúma, em Santa Catarina. “O trabalho é inédito, pelo menos no estado”, assegura André Roldão, coordenador do núcleo de lavanderias de jeans da Ampe (Associação das Micro e Pequenas Empresas de Criciúma e Região).

 

A planilha ajudará a controlar os custos, especialmente os fixos, sendo a base para fixação dos preços cobrados pelos serviços. Até o momento, os preços têm sido estabelecidos pelo mercado. Essa prática representa um risco, explica Gessé Rosa, presidente da Empresa Júnior e líder do projeto, porque a falta de controle rígido sobre os custos dificulta que a empresa seja qual for o ramo em que atue saiba, por exemplo, se está lucrando ou perdendo com os preços que pratica. Roldão espera que a experiência bem-sucedida da Gude em profissionalizar a estrutura de custos estimule outros empresários do núcleo a fazer o mesmo.

Controle
profissional

 

De acordo com Daniel, a idéia é mapear todos os custos fixos de modo a compor preços mais adequados frente a essa estrutura. “Vamos saber quanto gastamos desde a coleta da roupa nas confecções (feita por três caminhões da própria empresa) até a entrega das peças prontas, passando por quanto se gasta de água, energia elétrica, produtos, com tratamento de efluentes, com a depreciação de máquinas e tudo o mais”, conta o executivo.

 

Na Gude, a perspectiva é de que a análise tenda para uma recomposição no preço dos serviços. Reajuste que Daniel considera necessário se for para manter a saúde financeira da empresa. Ele avalia que as confecções podem a princípio resistir a um eventual aumento, mas que caberá à Gude mostrar a necessidade de manter toda a cadeia saudável.

 

Atualmente, a Gude processa 60 mil peças por mês e emprega 35 profissionais. A capacidade instalada é para 80 mil unidades mensais. Segundo Daniel, são confeccionados 1 milhão de peças jeans por mês na região, volume atendido por cerca de 30 lavanderias. Com 15 anos de mercado, a Gude conta entre os clientes com confecções como a Conexão e a Easy Jeans.

 

O investimento mais recente da empresa foi na instalação de mais uma estação para tratamento de efluentes que usa sistema de tanque com lâminas para decantação, um desembolso necessário em função do aumento da produção. O equipamento em funcionamento usa filtros com carvão ativado para tratar o resíduo, conta Daniel.

foto: GBLjeans