Nova tecnologia de fio foi apresentada durante a primeira edição do Fórum Lycra Moves no país, realizada pela Invista em São Paulo a semana passada.
Lançada no mercado internacional em novembro do ano passado, a tecnologia Lycra Hybrid foi oficialmente apresentada no Brasil a semana passada. Esse novo fio propõe juntar a estrutura de uma malha mais encorpada com o visual do denim, por causa do tingimento em índigo. A principal diferença é a forma de produção. “O tecido tem que ser feito em tear circular e não nos convencionais usados para o denim”, explica Jean Hegedus, diretora global do segmento de denim da Invista, que veio ao Brasil para apresentar duas palestras na primeira edição do Fórum Lycra Moves, realizado pela subsidiária local.
Ela conta que tem fabricantes de denim brasileiros interessados na nova tecnologia, mas, que ainda não pode falar sobre eventuais acordos. No plano internacional, a empresa trabalhou em projetos piloto com quatro fabricantes, por ocasião do lançamento: Advance Denim, da China; Knitdigo, de Taiwan; Santanderina, da Espanha; e Willy Hermann, da Áustria. Mais novidades em tecido com Hybrid estão previstas para o mês que vem, conta a diretora.
Exceto por rasgos, o tecido feito com Lycra Hybrid aceita diferentes processos de lavanderia, garante Jean. Ela contou ao GBLjeans que para demonstrar essa versatilidade, a Lycra fez parceria com uma empresa química italiana, de modo a levar peças lavadas com diferentes estilos para a edição do salão KingPins, em Amsterdã, na Holanda, nos dias 13 e 14 de abril.
Ela avalia que os fabricantes de denim não precisam necessariamente investir em novos maquinários para lançar tecidos com Hybrid, cuja tecnologia de construção foi patenteada pela Invista. Uma alternativa seria firmar parcerias de produção com malharia. A empresa trouxe ao Brasil duas amostras de denim com Hybrid, que ficaram expostas na área de ambientação das diferentes áreas de atuação da companhia montadas como parte do evento, mas que não puderam ser fotografadas. Ao lado delas, passava um vídeo produzido pela empresa retratando a experiência de uso de estudantes da escola do jeans em Amsterdã, vestindo peças confeccionadas por parceiros da Invista nesse projeto.
Jean Hegedus também fez questão de destacar a tecnologia do fio Lycra Beauty como outra importante inovação recente para o denim. Marca lançada como parte do projeto Moves You, o conceito é levar ao mercado calças que modelem o corpo e mantenham o conforto, que foi desenvolvido com base em pesquisa realizada com mulheres de 18 a 49 anos, de cinco países diferentes, cujos resultados foram confirmados por estudos posteriores de conformidade. O uso do fio Coolmax para o denim é mais uma novidade, diz a executiva. Trata-se de um poliéster especial de alta performance originalmente empregado no segmento fitness, para ajudar na eliminação de suor para o lado de fora do tecido, mantendo a sensação de frescor para quem veste a roupa, explica a empresa.
FÓRUM NO BRASIL
O evento organizado pela Invista no Brasil reuniu durante dois dias (16 e 17 de março) executivos de vários segmentos da cadeia, como fabricantes, confeccionistas, marcas, escolas e varejistas. A intenção foi traçar o cenário da atual economia brasileira e suas perspectivas; abordar as oportunidades da indústria têxtil e da confecção brasileira, a visão da sustentabilidade no setor, a atuação das marcas na crise, o perfil dos consumidores brasileiros em tempo de crise, entre outros aspectos.
WEB É O TERCEIRO CANAL DE COMPRA
Para o segmento de moda, por exemplo, Silvana Eva, do marketing da Invista, apresentou e palestra uma pesquisa realizada recentemente pela empresa com 1.003 brasileiros, homens e mulheres, com mais de 16 anos e que tinham comprado uma peça de roupa de malha nos últimos seis meses. As respostas mostram que 71% deles compravam suas roupas em magazines; 61% em multimarcas; e 46% em sites de comércio eletrônico. Ao serem incentivados a mencionar marcas das quais se lembravam, a pesquisa juntou 400 marcas diferentes, em clara indicação do tamanho da pulverização do mercado brasileiro.
As 19 mais citadas em ordem alfabética, e não por indicação, foram: Adidas; Calvin Klein; C&A; Colcci; Hering; Marisa; Malwee; Marisol; Lacoste; Levi’s; Nike; Polo; Pool; Puma; Ralph Lauren; Renner; Riachuelo; Sulfabril; Taco. A pesquisa apontou ainda que 51% dos entrevistados pagariam 10% a mais por uma camiseta que tivesse a etiqueta Lycra e 41% pagariam até 30% mais, enfatizou Silvana.