Manequins mudam a forma de captar medidas

Nova tecnologia faz cópia digital de modelos reais; mas lojista deve sempre adequar os bonecos ao tipo de roupa

O que o cliente compra é a roupa, mas será que é sempre ela que fisga a atenção de quem passa pela vitrine? Um manequim sentado ou mais gordinho também pode despertar o interesse das pessoas, motivação que pode terminar numa venda. E no caso de quem vende jeanswear, a preocupação com o manequim certo deve ser redobrada.

“O jeans, principalmente a calça, exige um manequim mais adaptado à peça, então as lojas compram já especificamente para esse tipo de roupa”, explica Marcos Andrade, diretor da Expor Manequins, referindo-se ao fato de que para as calças jeans a adaptação ao corpo é muito mais notada, do que em peças como camisas ou jaquetas, principalmente para as mulheres.

Cópia de gente

A empresa dele desenvolveu há dois anos uma técnica de criação de manequins por computador. A partir de uma tecnologia já existente em outras indústrias, como a automobilística, de criar protótipos a partir do escaneamento tridimensional, a Expor concluiu que o mesmo poderia ser feito com pessoas.



Literalmente, a pessoa é escaneada – das medidas ao desenho do rosto e corpo – e, a partir dessa imagem, é tirado um molde para o manequim. A técnica foi usada em uma campanha da C&A com manequins baseados na modelo Isabelli Fontana.

No novo método, de acordo com o diretor da Expor, o preço para a criação de novos modelos é o dobro do método tradicional, mas o processo demora em torno de 15 dias, enquanto normalmente levaria em média 60 dias. Já o preço das peças é o mesmo, pois o que muda é apenas a forma de tirar o molde a partir do modelo real.



Técnica artesanal

Pelo método tradicional, os moldes dos manequins são tirados visualmente a partir de modelos reais por verdadeiros artistas. Na Manequins PontoCom, do Rio de Janeiro, o trabalho é feito por artesãos que também fazem esculturas para as principais escolas de samba cariocas. Os moldes dos corpos são confeccionados em argila, e para os rostos são empregadas formas de silicone.



Na Art Viva, outra empresa do setor, o trabalho é similar, mas usando isopor como base. Entre as novidades, a empresa conta com revestimentos que fogem do tradicional tom de pele, incluindo versões em prata e preto. Seja pela técnica artística ou com a nova tecnologia de escaneamento digital, o manequim deve estar de acordo com o tipo de roupa e o público-alvo que o lojista almeja atender.


fotos: divulgação