Esse percentual era de 13% há dez anos, com o excesso de peso refletindo no aumento da produção de roupas plus size, que será maior em 2018 do que o vestuário em geral
Em dez anos, o Brasil engordou muito acima do recomendado para os padrões de saúde. Hoje, quase 20% da população brasileira pode ser considerada obesa, respeitados os parâmetros de IMC (Índice de Massa Corporal) recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Essa realidade vem se refletindo em aumento na produção de roupas plus size no país, sendo que em 2018 deverá subir acima do crescimento esperado para o vestuário em geral. Segundo o Iemi Inteligência de Mercado, a expansão física em tamanhos grandes será de 2,7% em 2018, quando a previsão é de avanço de 0,9% para roupas em gerais.
No ano passado, o Brasil tinha quase 40 milhões de obesos, o equivalente a 18,9% de uma população total de 207 milhões de habitantes, estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa Vigitel de 2017 cujos dados foram recentemente divulgados pelo ministério da Saúde mostra ainda que 54% da população estava acima do peso considerado ideal nesse período, sem serem classificados como obesos.
De acordo com o Iemi, a produção de vestuário plus size chegou a 208,2 milhões de peças em 2017, volume 5% superior a 2016, quando foram produzidos 198,2 milhões de peças, algo como 3,5% do total de vestuário em geral no ano, que foi de 5,9 bilhões de peças.
A obesidade cresceu entre os mais jovens. Conforme a pesquisa Vigitel, a população entre 18 e 24 anos saiu de 4% de obesos em 2007 para 8,4% dez anos depois. Dos que tinham entre 25 e 34 anos em 2007, 11,4% eram considerados gordos. Esse percentual saltou para 19,26% em 2017. Mas o intervalo de 45 a 64 anos continua a concentrar a maior população de obesos do Brasil, com os de 45 a 54 anos representando 22,1% do total em 2017 e os de 55 a 64 anos correspondendo a outros 23,54%.
Os dados do Iemi sobre o mercado brasileiro de roupas plus size indicam também que o vestuário masculino expandiu de um ano para o outro. Do total de peças em tamanhos grandes, 27,7% equivaliam a modelos para homens em 2016. Essa participação subiu ligeiramente para 28,1% em 2017.
A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico, também conhecida por Vigitel, é realizada anualmente pelo ministério da Saúde desde 2006. A edição mais recente abrangeu entrevistas realizadas entre fevereiro e dezembro de 2017 com 53.034 pessoas maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que viviam nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Como em 2007, Macapá é a capital que continua a deter a maior população obesa do país percentualmente em relação ao número de habitantes. Em 2017, adultos com problemas de peso compunham 23,6% das pessoas com mais de 18 anos. A população total da cidade estava estimada pelo IBGE em 474 mil pessoas no ano passado. Com a maior população do país, viviam na cidade 12 milhões de pessoas em 2017, São Paulo registrou 18,5% de obesos com mais de 18 anos.