A meta da empresa é estar preparada para suportar a expansão prevista pelas grandes cadeias de varejo de roupas que operam no Brasil
Ao inaugurar uma Style House nessa sexta-feira, 03, em pleno bairro do Brás, na capital paulista, a Haco pretende sinalizar ao mercado de que está em pleno processo de mudança. O perfil marcadamente industrial da empresa deverá ceder lugar para uma abordagem comercial mais agressiva, que mantenha proximidade estreita com o cliente. O plano estratégico para os próximos cinco anos definiu a meta de que a empresa deverá dobrar de tamanho nesse período.
A expansão é encarada como fator determinante para atender os planos de crescimento anunciados pelas grandes cadeias de varejo de roupas que operam no Brasil. “Ou a Haco cresce junto com essas cadeias ou ela desaparece”, afirmou Alexander Stefan Dattelkremer, no discurso de abertura do escritório de São Paulo no Mega Polo Moda, onde vai funcionar a nova Style House.
Outro sinal da opção pelo perfil comercial foi a inauguração oficial, na quinta-feira, 2, da filial na Ásia. Para atender clientes que terceirizam produção com fornecedores da China, a Haco terá um parceiro na região que fabricará as etiquetas a serem usadas nas roupas que virão para o Brasil. “Vamos perder a produção local, mas vamos ganhar fornecendo as etiquetas”, argumenta o executivo. Atualmente, a capacidade da Haco é para produzir 3 bilhões de etiquetas por ano.
Ele não descarta de no futuro vir a importar etiquetas, nos casos em que as fábricas da empresa não tiverem tecnologia ou por custo. O primeiro cliente da filial asiática é a Hering, informa Dattelkremer. São dois escritórios comerciais na China. Um em Hong Kong e outro em Xangai, fruto da parceria da empresa com um empresário chinês. Segundo o executivo, trata-se de uma joint venture da qual a Haco detém 85% do capital e o sócio local, os outros 15%, como pessoa física.
As mudanças na área comercial incluíram a reinauguração do escritório da empresa no Rio de Janeiro; a mudança da filial de São Paulo para o Brás; reforço de pessoal de vendas para as regiões nordeste e sul; e o lançamento de um sistema de comércio eletrônico para atender grandes clientes via web. Pequenas empresas e consumidores já são atendidos pelo site Haco Virtual, preparado para atender encomendas a partir de 50 peças. Tags com chip RFID encapsulado representam outra frente de investimentos da empresa.
Outras alterações foram introduzidas desde o segundo semestre de 2009, como a decisão de fazer lançamentos menores a cada dois meses e segmentar o mercado em 13 marcas, como a Back2Basics (jeans); The Queen (alta-costura); Filippo Comolli (calçado); Landscape (ecológico); Cozy (casa)e Jujuba (infantil), explica Joanna Lowndes Furtado, diretora de marketing da Haco.
O projeto Style House é uma iniciativa da Haco para atender os clientes de segmentos focados em tendências de moda como confecções, calçados, homewear e decoração, concebida em 2007. O espaço foi planejado para estimular o relacionamento entre as equipes de estilo do fornecedor e dos clientes, com apresentações de tendências, de coleções e de novas matérias-primas; troca de informações, explica Johnny Francis Gaulke, gerente de marketing da Haco. A primeira Style House funciona desde 2008 em Fortaleza, ao lado da fábrica.