Quando beneficiadas de maneira incorreta, amostras podem se tornar grandes vilãs para as lavanderias industriais, prejudicando na conquista de mais trabalho
Sempre existirá uma oportunidade para que um novo cliente possa ser conquistado. Dentro do ramo de lavanderias industriais, esta conquista se dá em função, geralmente, de acordos comerciais e na execução de um determinado jogo de amostras. Mas as grandes lavanderias industriais devem se atentar ao enorme vilão em que as amostras se tornam quando são beneficiadas de maneira incorreta ou não séria. Existem fatores preponderantes e de grande valia para que as amostras possam ser beneficiadas de maneira justa, correta e, principalmente, com possibilidade de reprodutibilidade.
Um grande problema que o mercado de lavanderias industriais enfrenta é a falta de maquinário adequado para produzir amostras, que podem variar de peso, tamanho e, sobretudo, tipo de lavagem. Uma situação muito comum é promover a lavagem de uma calça de aproximadamente 500 gramas em uma máquina de 100 Kg. É um procedimento errado, pois temos uma área física bastante incomum à real condição produzida por um corte com 100 ou 200 peças, gerando um grau de abrasão totalmente errado, sem falar na falta de controle gigante quanto ao quesito relação de banho, que também seria sem propósito.
Fórmula de banho
Atualmente, existem fabricantes de equipamentos que comercializam máquinas para 1 Kg de substrato e que atendem perfeitamente as condições reais de uma lavagem industrial. O fator volume de banho pode ser calculado pela seguinte fórmula:
VB=MST x R:B sendo
MST: Massa do Substrato (Peso Seco das Peças)
R:B: Relação de Banho
VB: Volume Total de Banho na Máquina
Exemplo
20 Kg de peças confeccionadas serão beneficiadas com uma R:B de 1:10 (1 Kg de Tecido para cada 10 litros de água). Qual o volume de banho adequado para se trabalhar?
VB: 20 x 10
VB: 200 Litros
Sistemática de padronização
Esse tipo de cuidado deve ser sempre observado, pois, só dessa forma teremos uma Sistemática de Standartização (padronização) dos nossos processos. Devemos sempre nos ater aos cuidados com pesagem e medição dos insumos, pois tudo que é adicionado aleatoriamente compromete a reprodutibilidade dos padrões no futuro.
Outras medidas importantes envolvem a instalação de um hidrômetro na entrada de água das máquinas, para que saibamos quanto de água é adicionado ao equipamento. Dessa forma, podemos garantir a qualidade do processo e ter idéia do real custo daquele processo. Dependendo da complexidade técnica, do número de enxágues, do equipamento utilizado e das condições da água empregada (que contenha ou não íons de Ca, Fe e Mg) podemos transformar uma amostra que seria a porta de entrada para novos clientes em um instrumento de avaliação inadequado de nossa real capacidade técnica, criativa e de produção.
*Wesley Paixão é químico industrial têxtil