Veteranos da rodada, como Yamada, AC Neto Confecções, NA Confecções, Aqui Agora e Casa do Bebê, dividiam os corredores com estreantes, como O Cotidiano, Regrify, Baston, POA, Essência Jovem, Estilo Radical, Biros e Timax
Dos convidados para as Rodadas de Negócios da Moda Pernambucana, 60% correspondem a compradores que representam redes de três a 32 lojas. Entre os outros 40% estão lojistas com uma a três lojas. A participação de redes com mais de 30 lojas é residual e não representa o principal alvo, até pela capacidade de produção das empresas locais.
Não são apenas varejistas que participam do evento. Para a rodada de verão, foram recebidos 40 compradores de distribuidores ou atacadistas. Um lojista forte e tradicional da rodada vem do Pará. É a loja de departamentos do grupo Yamada, com artigos voltados para consumidores das classes B, C e D. Com 14 empresas, o Y. Yamada é o maior grupo da região norte do Brasil.
Desde o início, Antonio Cassiano Neto vem a Caruaru para abastecer suas 11 lojas, que vendem desde brinquedos e bicicletas até roupas e calçados. Só não vende aparelhos eletrônicos, salienta o dono da AC Neto Confecções, criada há 25 anos no Pará. Na região de Caruaru, ele compra jeans e malha para adultos e crianças. Na edição de verão, aproveita para colocar os pedidos para o final do ano. Em final de outubro, retorna ao pólo para fazer as compras de alto verão.
Outro comprador do norte do país é Zaki Manasra, que desde 2008 compra na rodada roupas para as cinco lojas que administra em Manaus, capital do Amazonas, a NA Confecções.
Rodada replicada em Apucarana
Também veterano do evento, Haroldo Kimura compra para suas sete lojas, distribuídas entre Maringá, Apucarana e Mandaguari, todas cidades do Paraná. São duas unidades com a bandeira Aqui Agora e cinco Casa do Bebê. Ele compra em Caruaru, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo. Em todo início de estação, como essa de verão, compra apenas amostras para sentir o giro das mercadorias. “Dependendo do desempenho, aumento os pedidos”, explica o empresário, que tem as lojas há 11 anos.
Em Caruaru compra mais produtos de malha e alguma coisa em jeans. Mas ele gosta do formato da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, a ponto de ter proposto à associação comercial de Apucarana a criação de evento em moldes semelhantes naquela região. Ele aponta prazo de entrega como, de fato, um requisito importante na relação com o fornecedor.
Por ter tido problemas nessa área, as roupas que giram mais e dependem de preços baixos, ele mesmo se encarrega da produção, explica Kimura. “Nas compras, sempre procuro qualidade, variedade e preço baixo”, revela.
Tamanhos especiais
Para as sócias da butique O Cotidiano, o principal é a oferta de tamanhos grandes, para homens e mulheres. Com três lojas em Vitória, no Espírito Santo, a mãe Junia Batista de Andrade e a filha Juliana Andrade Ferrari visitaram pela primeira vez a Rodada de Negócios de Caruaru em busca de jeans para pessoas com manequim acima do 46.
Elas começaram no varejo de roupas há 13 anos. E há dez se especializaram em atender tamanhos grandes. Hoje, mantêm uma loja só para homens, outra só para mulheres e uma para ambos. A maior dificuldade está relacionada à falta de padrão das roupas brasileiras, dizem as duas, que viajam o Brasil inteiro à procura de novidades.
Para mulheres, a butique vende jeans, roupas de festa e casual, do 46 ao 60. Para homens, vende de cueca e meia a terno, passando por jeans e roupa de praia, nos tamanhos de 46 a 74. “O que começou como um cantinho dentro da loja feminina, há seis anos ganhou espaço com uma loja própria e completa”, ressalta Junia.
Primeira vez
Pelos corredores, mais compradores que visitam o evento pela primeira vez. No primeiro dia da rodada, a preocupação deles era conhecer capacidade de produção e preço praticado pelos expositores. “Como estamos em Porto Alegre (RS), a questão do custo do frete para levar a mercadoria até lá é estratégica, pois, pode inviabilizar a compra”, temia José Francisco Assis de Souza, comprador das lojas Regrify, Baston e POA, que vendem roupas para homens, mulheres e crianças.
Segundo ele, o perfil das lojas pende para os artigos populares. Veio disposto a gastar R$ 1 milhão na rodada. No primeiro dia, fez pedidos para shorts em denim para meninas.
A mesma preocupação com o custo do frete foi apontada por Hamiot Bakri, comprador de seis lojas da Essência Jovem e da Estilo Radical, localizadas em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele participou pela primeira vez da rodada com a intenção de comprar jeans para homens e mulheres.
Já a atenção das compradoras da Biros Calçados e Confecções, com oito lojas na zona sul da capital paulista, e da Timax, com dez lojas de calçados e confecções no interior de São Paulo, estava voltada no primeiro dia do evento à capacidade de produção dos expositores. “Precisa de porte para abastecer nossas redes”, afirmou Maria das Dores Feitosa, da Biros. Assim como ela, Etiane da Silva Santos, da Timax, aprovou o formato adotado na rodada de Caruaru.