Para Roberto Chadad, a solução contra as importações chinesas é a mudança de foco para a classe B e investir em design
Com a entrada de produtos asiáticos no Brasil no decorrer dos últimos anos, as confecções nacionais perderam parte do mercado direcionado, principalmente, às classes C e D. Sem a possibilidade de ter uma produção de custo tão baixo quanto o das confeções do bloco asiático, as empresas brasileiras buscam novas alternativas para recuperar o espaço deixado pelos consumidores que optaram pelas importações chinesas.
“As marcas nacionais devem mudar o público-alvo ao invés de tentar competir com os produtos importados. No Brasil não é possível fazer produtos de qualidade com preços tão baixos como o dos chineses. Por isso, a solução é investir em qualidade e focar os produtos no público de classe B, que tem mais poder aquisitivo e preza qualidade, ao invés de quantidade”, avalia Roberto Chadad, presidente da ABRAVEST (Associação Brasileira de Vestuário).
De acordo com ele, a atenção das confecções brasileiras deveria estar voltada também aos novos profissionais da moda. “A cada ano, cerca de 800 novos designers de moda entram no mercado e querem aprimorar esse mercado. Com investimentos em pesquisas, modelagens e bons estilistas as marcas têm mais chance de serem bem sucedidas”, observa Chadad.
Ele tambem defende a adoção de mecanismos para controle de qualidade a fim de proteger o mercado da concorrência predatória, como a implantação de um padrão de medidas antropométricas, cujo processo está em andamento na fase de identificação das medidas do brasileiro. “O primeiro scanner para captar medidas e iniciar um padrão nacional já está no Cetiqt, no Rio de Janeiro, que é o ponto de partida do projeto, e os padrões mínimos já foram estabelecidos”, conta Chadad, que estima em cinco anos até que o projeto seja concluído.
foto: GBLjeans