Serão investidos R$ 18 milhões com 60% bancados pelo município e 40% pelos expositores, aplicados nos próximos dois anos para melhorar infraestrutura do Parque das Feiras, logística e estradas da região.
Conhecida como a cidade do jeans, Toritama, no Agreste de Pernambuco, se prepara para modernizar o Parque das Feiras, local que reúne fabricantes de atacado e varejo em um evento anual, realizado no mês de maio, e também semanal, com a exposição de produtos sempre aos domingos. O projeto de revitalização do espaço, plataforma da nova gestão da prefeitura de Toritama, começou há três meses com uma assembléia entre fabricantes e confeccionistas, para definir prioridades. Entre as metas para a modernização do Parque das Feiras e entorno, está a melhoria da BR 104 que recebe os visitantes de toda a região, a pavimentação de vias da cidade, inclusive o local com bancas improvisadas fora do espaço de exposições, e uma passarela que vai facilitar a chegada dos visitantes que vêm a pé e hoje atravessam a estrada. O projeto inclui também melhorias na infraestrutura interna e a ampliação do estacionamento para receber ônibus e caravanas, explica o prefeito de Toritama Edilson Tavares. Estão previstos investimentos de R$ 18 milhões, com 60% bancados pelo município e 40% pelos expositores, aplicados nos próximos dois anos.
O Parque das Feiras de Toritama conta com um shopping popular, com estrutura coberta, que reúne em torno de 800 lojas de atacado e varejo, sobretudo de jeans. No entorno do galpão, a cidade recebe ainda 3 mil pequenas e médias empresas de atacado e varejo, com perfil familiar, que expõem seus produtos em bancas de madeira, sem cobertura e em chão de terra. Há ainda uma outra camada de vendedores, as marcas de jeans já consolidadas como Vitara, Brytch Jeans e Megaduran, Adágio, Dirak, Zanthus, que oferecem seus produtos em lojas fora desse núcleo. “Tanto nas feiras semanais como na anual, os visitantes enfrentam congestionamento de carros que dificulta sua chegada à cidade, além da falta de conforto daqueles que expõem produtos fora do shopping popular”, explica o prefeito. O espaço de comércio é como shopping popular, aberto permanentemente, e a feira acontece ao redor semanalmente.
A feira do jeans realizada todos os domingos atrai em torno de 20 mil pessoas, diz Tavares. A anual, com quatro dias de eventos em maio, incluindo desfiles das marcas, recebe em média 100 mil pessoas. O galpão das feiras começou a ser construído em 2000 e ficou pronto em 2001 para concorrer com outros pólos têxteis de Pernambuco, como Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. O foco no jeans começou no final da década de 1970 com a decadência da produção de chinelos e sandálias de borracha, antiga vocação da cidade. “A produção não sobreviveu à concorrência com grandes fabricantes como Samoa, Raider e Opanca que ofereciam produtos mais sofisticados”, explica Tavares. Empresários da cidade foram buscar outras alternativas, começando com a produção de roupas com o tecido elanca, posteriormente passando a produzir jeans.
No começo, os empresários iam expor seus produtos em Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. O crescimento do comércio no segmento jeans resultou na construção do Parque das Feiras. Nesse período de boom econômico, a cidade passou de 15 mil para 40 mil habitantes, atraindo muita mão de obra de outras regiões de Pernambuco, quando ficou conhecida como o ‘Eldorado do jeans’.
PRODUÇÃO ESTIMADA
Um estudo do Sebrae sobre Toritama datado de 2012 registra uma produção anual de 3 milhões de peças. Números mais atuais apontam para 5 milhões de peças por ano, estima Tavares. Apesar da crise econômica, o prefeito afirma que a produção continuou estável. “Precisamos nos movimentar e melhorar a infraestrutura para não perder espaço para outros pólos têxteis da região, incluindo Fortaleza”, diz Tavares. Em 2010, as vendas foram abaladas pela concorrência com produtos chineses, mas nos anos seguintes retomaram a produção.
Uma das medidas da prefeitura para os tirar expositores da informalidade foi o cadastramento daqueles que ficam fora do espaço coberto. “Era muito comum a exposição de produtos em qualquer lugar, inclusive no espaço do estacionamento, o que dificultava a logística e atrapalhava o público e outros expositores”, afirma o prefeito.
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