Dorothy Roma, master em negócios e varejo de Moda da universidade Anhembi Morumbi, avalia que o avanço das empresas só ocorre mediante o conhecimento que têm do mercado.
Em meio à concorrência cada vez mais acirrada no mercado têxtil e confeccionista, ‘inovação’ virou palavra de ordem para que as empresas nacionais consigam sobreviver e, se possível, crescer de forma saudável. Para ajudar os profissionais do segmento nesta árdua missão, a Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate, realizou no campus Morumbi, na quinta-feira passada, 22 de janeiro, a palestra Sete passos para que um negócio de moda alcance sucesso. Coube à professora Dorothy Roma, master em negócios e varejo de Moda da própria instituição, abordar o tema Os desafios da Inovação no Varejo.
Assim como a sábia frase do Sócrates “tudo que sei é que nada sei” nos faz refletir a respeito da vasta ignorância, a docente abriu o evento instigando o público nesse sentido. “É vital para o varejo da moda perguntar-se: o que minha empresa não sabe que não sabe ainda? E também: o que o consumidor não sabe que sabe? Em resumo, o que é preciso descobrir que ainda desconheço que sei? Só é possível enxergar algo novo quando você se questiona e parte em busca daquilo que não domina”, argumenta Dorothy.
Para ela, é impossível atingir a inovação sem amplo conhecimento de si mesmo e daquilo que nos cerca. “A tão desejada inovação só se dá quando existe profunda pesquisa, estudo e compreensão do contexto sociocultural”. Em tempos de globalização, a especialista lembrou que é necessário investir tempo e dedicação para avaliar o comportamento humano. “Não adianta mais pensar só nas peculiaridades da sua empresa. É essencial analisar a atitude de cada indivíduo no contexto que ele está inserido. Levantar e entender aspectos culturais, que revelam valores materiais e imateriais, pois são eles que vão apontar para onde a moda se direciona. É o consumidor que decodifica a moda do jeito que ele quer e dentro do panorama econômico e social em que vive”, reforça a professora.
Segundo a especialista, um bom exemplo é observar o conceito da Apple. “A empresa criada por Steve Jobs é uma ótima referência. A invenção do iPhone revolucionou nossa forma de nos relacionar porque avaliou o direcionamento da nossa sociedade e a necessidade de cada pessoa. Na moda, não é diferente. Toda cadeia produtiva precisa fazer a mesma coisa se quiser se reinventar neste competitivo mercado”, aponta.
Caminho das pedras
Conhecer bem a própria empresa, o comportamento do consumidor, desvendando hábitos e preferências e, ainda relacionar essas informações com o contexto histórico e cultural, não é das tarefas mais simples. Entretanto, a professora explica como é possível vencer esses desafios. “É fundamental fazer pesquisas constantes, estudar o perfil do consumidor e da sociedade, obter números de mercado, apropriar-se de novas tecnologias e não somente aquelas inerentes ao processo produtivo. As companhias de grande porte contratam institutos de pesquisa para realizar tais levantamentos, enquanto as empresas menores têm a facilidade de estarem mais próximas do cliente.
O pequeno e microempresário deve saber tirar vantagem dessa proximidade com o mercado. Isso pode ser feito de maneira simples: observe o cotidiano do consumidor, converse com ele pessoalmente, pense nas características do local que atua e intervenha na vida dos cidadãos de modo positivo. “Se tenho uma loja de bairro, devo observar o entorno e ver o que posso fazer para ajudar no desenvolvimento desse lugar. Assim, poderei adaptar minha produção às necessidades locais. Independentemente do porte da empresa, quem quer inovar com sucesso, precisa aprender a se relacionar melhor”, conclui a professora.