Rovian investe R$ 3 milhões

Nos últimos quatro anos, a confecção aplicou recursos em fixação da marca, abertura e reforma de lojas próprias, ampliação da rede de multimarcas, maquinário

 

 Este ano, a Rovian espera colher os resultados do plano de investimento iniciado há quatro anos e que soma R$ 3 milhões no período. A expectativa é aumentar o faturamento, alcançando R$ 5 milhões, em 2007. Uma expansão considerável para uma empresa cuja receita no ano passado variou entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões. Conta, para isso, abrir mais pontos de venda, saltando de 40 para 120 lojas multimarcas até o final deste ano.

 

Atualmente, administra oito lojas próprias em sete cidades catarinenses. A mais recente é a de Itajaí, cuja inauguração está marcada para o final de março junto com o lançamento da coleção de inverno, desfilada recentemente no Floripa Fashion. Em paralelo, a empresa providenciou a reforma de algumas unidades, a mudança de endereço de outras, tudo para adaptar a rede ao novo padrão visual que estreou com uma das duas lojas de Brusque, escolhida como unidade-conceito, explica Jailson Lana, proprietário e coordenador de estilo da marca.

A outra parte das vendas é feita por intermédio de 40 lojas, entre multimarcas e butiques, localizadas em cidades dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Neste início de ano, a Rovian nomeou representantes para outros estados – Paraná, Goiás e Bahia. Agora, procura representantes para o estado de São Paulo e alguns estados do Nordeste, conta o executivo que se formou em Direito antes de assumir a confecção. A próxima coleção ganhará o reforço de sete outros representantes, além dos oito que já trabalham. “Em duas semanas, 20 novas lojas passaram a trabalhar com a Rovian”, diz Lana, tendo o cuidado de destacar que não registra como ponto de venda o primeiro pedido.

 

Também consta dos planos da empresa, a implantação do modelo de revendas autorizadas – lojas que venderiam exclusivamente produtos da marca, manteriam suas logomarcas acrescentando o by Rovian. O mix atual de 300 modelos em média por coleção deve ser estendido para a marca de 500 itens conforme o avanço da empresa para outras regiões do país. A composição do mix será concluída com uma coleção de acessórios (bonés, bolsas, cintos, meias) a ser desenvolvida junto com o verão 2008.

 

 

Com essas iniciativas, a previsão é voltar ao patamar de produção registrado no início dos anos 2000, quando a empresa chegou a produzir 30 mil peças por mês atendendo a atacados e redes de varejo regionais. Hoje, informa Lana, o volume de produção gira em torno de 15 mil unidades, entre peças em jeans, camisetas, moletons, jaquetas produzidas na fábrica instalada em Brusque. Apenas os processos de lavagem, estamparia e bordados são terceirizados para fornecedores da região.

 

O nascimento
de uma marca

 

São passos importantes, para uma confecção criada em 1989 em Brusque, interior de Santa Catarina, voltada para o atendimento do mercado atacadista. Nesses 18 anos, as mudanças foram muitas. Começou produzindo camisas masculinas, mas se firmou no mercado anos depois como fabricante de jeans para atacadistas e redes de varejo da região.

 

Em 2003, com as mudanças na forma de operar imprimida com a chegada dos shoppings atacadistas, a Rovian decidiu radicalizar. Direcionou a marca conhecida para o mercado de butiques e lojas multimarcas, e criou a Red Six para continuar a atender os clientes atacadistas mais fiéis. “Nossos produtos gozavam de um bom conceito junto ao público consumidor, em termos de preço e qualidade, daí a opção de investir na construção da marca Rovian”, observa Lana.

 

A linha de produtos foi reformulada por uma equipe de estilo contratada para o trabalho e que, hoje, reúne cinco pessoas. A empresa investiu em ações de publicidade e marketing para divulgação da marca, voltada a um público jovem – homens e mulheres de 16 a 28 anos. O início não foi fácil, porque era um mercado com características diferentes daquele que a empresa costumava atuar.

 

O primeiro impacto foi a queda no volume de produção, cortado pela metade. Para segurar o faturamento, a opção foi abrir lojas próprias. Também foi dura a experiência de atender a clientes com volumes menores de compra. “Passamos a dialogar com o consumidor final, a entender o que ele queria e começamos a lançar isso em roupa. Saímos da concorrência feroz e construímos uma marca”, resume com entusiasmo o executivo, reconhecendo que há ainda um longo percurso pela frente.

 

fotos: reprodução/Rovian