Com a coleção do inverno 2016, a marca adotou o calendário das grifes nacionais, deixa de operar como pronta entrega e não tem mais produção própria.
Ao longo de 2015, a Usina Jeanswear promoveu uma série de mudanças estruturais, implementadas a partir da coleção do inverno 2016. Visa novo posicionamento de mercado, com a intenção de concorrer no segmento hoje ocupado por marcas nacionais como TNG e Cavalera. A ponta mais visível desse processo é o alinhamento com o calendário de lançamento, em que o inverno é apresentado em novembro e o verão em maio.
Abaixo dessa ponta, a empresa viveu uma revolução. Nessa fase de transição, a comercialização do inverno 2016 anunciado em novembro foi direcionada para showrooms multimarcas, enquanto o verão continua sendo escoado pela loja de pronta entrega no Brás, tradicional comércio atacadista de jeans da capital paulista. A divulgação do inverno tem campanha fotografada em Nova York, com a modelo Bárbara Fialho, uma das angels da Victoria Secret, e o ator americano Todd Litzinger. “Buscamos imprimir nova cara para a marca”, afirma Silvia Batista, diretora de marketing da Usina.
Ela conta que a marca deixará de atuar como pronta entrega, substituída pelo modelo de pedidos. Não haverá representantes comerciais. O principal canal de vendas será constituído pelos showrooms. Por enquanto, são nove: São Paulo (SP), no Itaim Bibi; Belo Horizonte (MG); Cuiabá, no Mato Grosso, para atender o estado e Mato Grosso do Sul, Acre e Rondônia; Florianópolis (SC); Goiânia, para atender Goiás, Distrito Federal e Tocantins; Porto Alegre (RS); Rio de Janeiro (RJ); Salvador, para atender Bahia, Sergipe e Alagoas; Vitória (ES). A meta é fazer acordos com mais seis parceiros, de modo a encerrar 2016 com 15 showrooms, explica Getúlio Lima, diretor geral da empresa.
Licenciamento
Nesse processo, a Usina sairá do Brás no ano que vem. Mudança profunda envolveu também o modelo industrial. Deixou de ter produção própria, para investir em licenciamento industrial, pelo qual receberá royalties, com parceiros encarregados da produção, faturamento e entrega dos pedidos. O primeiro contrato foi fechado para a linha de jeans com uma empresa de São Gabriel da Palha (ES). “Estamos à procura de licenciados para malha, calçados e acessórios”, diz Lima.
O papel da Usina será administrar a marca, responder pelo desenvolvimento das coleções, com pesquisa, criação de modelos, campanhas, entre outras atribuições de gestão, conta Silvia. Até o momento, conta com 200 multimarcas, que compram regularmente, das quais 25 mantêm corners da marca dentro das lojas, modelo que não deverá ser alterado, avalia a diretora. Lima acredita que o novo formato não implicará redução do volume produzido, em torno de 20 mil peças por mês.
Nova coleção
Os diretores afirmam que o que não mudou foi a qualidade do produto, “que permanece a mesma, em termos de costura, desenho, detalhes de acabamento e vestibilidade”, aponta Lima. “Nesse ponto, o que mudou foi que estamos incorporando com mais liberdade as tendências da moda”, diz o empresário. Mudou, ainda, o perfil da coleção.
Criada em 2008, a Usina começou como marca de moda masculina. Há cerca de três anos incluiu a linha feminina. Sob o novo posicionamento, inverte a participação no mix, com os itens femininos correspondendo a 60% da coleção de inverno, lançada com 150 modelos, entre os quais pantalonas, vestidos, saias, camisas, blazer, jaquetas, shorts.