Ciclo de desembolso teve início em 2021, incluindo aumento e modernização das fábricas da Argentina e do Equador.
Alerta de correção
Uma das maiores produtoras de denim e sarja do mundo, a Vicunha Têxtil investe R$500 milhões até o final de 2024, em ciclo de quatro anos, iniciado em 2021 e aplicado na América Latina. Apenas em 2023, o desembolso somou R$100 milhões e já está gerando resultados, afirma a empresa. Entre as iniciativas de aporte, o fabricante destaca a inauguração da nova fiação na planta de San Juan, na Argentina; a duplicação da capacidade de tecelagem naquele país; a ampliação da produção de brim no Equador; e avanços tecnológicos e de automação no Brasil.
Fez parte do investimento, a constituição da VSA Tratamento, fruto de joint venture da Vicunha que investe com a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará). O complexo inovador entrou em operação em maio deste ano em Pacajus, cidade cearense onde fica uma das cinco fábricas da Vicunha, absorvendo aporte de R$60 milhões. A VSA opera duas estações de tratamento. Uma delas trata os efluentes industriais e a outra produz água de reúso para fins industriais.
Com a VSA, a Vicunha passou a operar em Pacajus usando 100% de água de reúso. Da coleção lançada a semana passada consta o Nícolas, denim produzido integralmente com água de reúso, tanto em tingimento quanto em acabamento, destaca Renata Guarniero, gerente de marketing da Vicunha. “Nossa meta é até 2030 zerar o uso de água de manacial no Ceará”, acrescenta a executiva.
Entre os planos para 2025 está o de levar para o complexo industrial de Maracanaú, também no Ceará, a mesma estrutura que permite à planta de Pacajus usar apenas água de reúso na produção dos tecidos, sem necessidade de captar água de mananciais.
PERSPECTIVA
Conforme a gerente geral de vendas da Vicunha, Dilane Galvão, em 2024 a empresa olhou muito para dentro, investindo em capacidade produtiva e na capacitação de pessoal. Atualmente, a empresa produz 20 milhões de metros de tecidos por mês. “Mas a Vicunha está sempre olhando o filme e não uma foto. Então, olhando para 2025 nada muda em relação ao que é o nosso filme, de que como líder dessa cadeia de continuar fazendo esse nível de investimento”, observa Dilane, reconhecendo que 2024 não foi um ano fácil para o Brasil.
Em termos de capacidade produtiva, a empresa investiu no aumento da produção de denim colour. “Criamos novas linhas de produção dentro das nossas fábricas porque é um segmento que tem sido muito demandado nos últimos 5 anos. Crescemos muito nesse segmento, mas a gente não reduziu a capacidade produtiva do jeans”, afirma a executiva.
Hoje o mercado internacional participa com 30% a 40% da receita anual da Vicunha que atingiu, em 2023, R$2,5 bilhões.
LANÇAMENTOS
Para a nova coleção, a Vicunha investe em um pacote extenso de 25 lançamentos. A empresa avalia que com esse portfólio consegue atender a demanda cada vez mais plural das direções de moda para o jeans.
Entre as novidades, Renata destaca duas linhas. A WE (de Wash Edition) conta com 3 produtos de brim que podem ser lavados como denim (Haiti Plus II WE; Andrew Plus WE; e Hanks Plus WE). Também lança a linha PL, de denim pré-lavado, com o Doc Eco Plus PL e o Zap Plus PL.
Com a meta de já no próximo ano aumentar para 15% a participação de tecidos produzidos com algodão cultivado sob práticas agrícolas regenerativas, a Vicunha incluiu mais quatro produtos na linha Regen – três de denim (Luiza, Pietro e Pietro Royal) e um de denim colour (Luigi).
foto: divulgação
Correção: Matéria foi atualizada com novas informações. Diferentemente do que foi publicado, o ciclo de investimento de R$500 milhões da Vicunha foi iniciado em 2021 com conclusão em 2024. A versão no ar contempla a correção.