A indústria investe nos tecidos estonáveis, que aceitam tratamento em lavanderias industriais
A moda aponta para o uso mais intensivo de cores vivas. A aplicação delas em maior ou menor escala vai depender basicamente da ousadia de criação dos estilistas e da ousadia por parte do empresário de experimentar investir em peças menos óbvias do ponto de vista comercial.
A oferta de tecidos coloridos – tintos depois de prontos – é grande no mercado brasileiro, sobretudo, entre os estonáveis, cuja tecnologia evoluiu muito nos últimos cinco anos. Na Vicunha, segundo Mirella Motta, gerente de desenvolvimento de produto e marketing da empresa, os brins coloridos equivalem à metade da quantidade de índigo – são 37 itens na primeira categoria ante 68 da segunda. “A Vicunha nunca deixou de investir na evolução da coleção do brim e sempre voltada ao mercado de moda”, diz a executiva.
Para acentuar a estratégia, a linha de brins coloridos muda de nome a partir da coleção de inverno 2008/2009, que a empresa lança na última semana de junho. Passa a ser Future Fabrics Colors Jeanswear. “O conceito se aplica a diferentes formas de colorido – as cores firmes e principalmente os desbotáveis”, conta Mirella, informando que a empresa vai ampliar as linhas Advance e Innovare.
A proporção entre denim e coloridos na Santista Têxtil é ligeiramente menor. Segundo Mauricio Vasques, gerente de mercado sportswear, divisão que cuida dos coloridos, a proporção atual é de 36% – são 160 itens em denim e 57 de coloridos (sem incluir as variações). “E devemos permanecer igual para a próxima estação”, afirma o executivo.
De acordo com ele, nos últimos anos, o mercado de coloridos ficou estável em razão do maior consumo de denim. “Mas temos que considerar as boas expectativas de crescimento para 2007, em razão de fatores influenciadores como a maior diversidade de produtos, a maior experimentação por parte das marcas e em razão da influência da moda internacional”, destaca.
Entre as tendências ele cita a demanda por efeitos tridimensionais aplicados às sarjas, como já é feito no denim. “Temos evoluído com propostas específicas de tingimento que garantem melhores efeitos no pós-lavagem, sempre buscando o aspecto vintage. É o caso do Colorful Santista, que além de garantir essas propriedades, ainda se traduz em maior economia no consumo de água e energia”, ressalta o executivo.
Cássia Silveira, gerente de marketing moda da Cedro, avalia que a demanda por coloridos aumentou com o lançamento de tecidos com tingimento off white e se estendeu para o cinza, o vermelho, o amarelo e o turquesa. A coleção da empresa reflete o novo patamar – 31 produtos coloridos e 38 em índigo. “Tivemos um crescimento de 54% no mix de produtos coloridos da coleção do verão 2007 para o book atual. A Cedro lançou uma cartela específica Denim Colour, que apresenta produtos em sarja 3×1 com peso de 10 oz e efeito ring no urdume”, explica a gerente.
Para acompanhar a tendência dos desbotáveis, a Cedro desenvolveu a cartela Neo Vintage, cujo processo de produção garante homogeneidade na cor e permite efeitos variados em lavanderia. “Essa cartela representa 45% dos produtos da linha colours”, diz Cássia.
Segundo Fábio Covolan, diretor de marketing da Canatiba, os coloridos equivalem a mais da metade em relação à linha denim, incluindo as opções em urdume colorido, sobretintos e resinados com cor. As opções puramente em sarja colorida são mais reduzidas. “Temos tecidos tintos em preto e cinza, que são desenvolvidos para permitir lixar, estonar e fazer outros efeitos na peça pronta”, ressalta o diretor.
A linha Interage concentra os tecidos da Horizonte Têxtil voltados para trabalhos em lavanderia, salienta Monica Debasa, gerente de produto da empresa. Além dos espatulados. “Quem compra são os clientes mais acostumados com os trabalhos em lavanderia, e usam as peças coloridas para dar um diferencial na coleção. As opções de acabamento são as mesmas que se usam no jeans: rasgado, lixado, desbote”, exemplifica a executiva.
fotos: divulgação