Mesmo com o mercado arredio à espera dos resultados da eleição, empresa de PL opera com dois turnos
A YD Confecções, um dos maiores PLs brasileiros, admite que as empresas estão segurando as encomendas à espera de um cenário mais claro em torno das eleições para presidente, em outubro. Mas que, ainda assim, a companhia tem conseguido manter o ritmo das atividades industriais, devendo encerrar o ano praticamente com o mesmo volume de 2017, algo entre 3,5 milhões e 4 milhões de peças por ano, estima Jorge Loureiro, diretor da YD. A variação para cima ou para baixo dependerá dos resultados das urnas ou, pelo menos, de alguma polarização na disputa, diz.
Ele atribui a estabilidade do ritmo industrial ao programa de qualidade e de melhoria contínua que a YD vem desenvolvendo e que implementou com mais vigor no início de 2018. “Fizemos uma ampla reengenharia de processos, não só dentro das nossas fábricas como na cadeia de prestadores de serviços. Isso nos deu rapidez em todos os momentos da produção. Encurtou o timing de produção”, explica Loureiro.
Cita como exemplo a confecção de uma calça jeans. “Hoje conseguimos fazer uma calça em quatro semanas. Antes podia chegar a dois meses”, afirma. Para isso, direcionou investimentos para aumentar estoque de insumos mais consumidos, com certos tipos de tecidos e de aviamentos. Atualmente, a YD opera duas fábricas, incluindo lavanderia própria e área de acabamentos, além das unidades satélites de produção. Diretamente, a empresa emprega 500 funcionários, distribuídos em dois turnos. E movimenta outros 1,5 mil profissionais contratados dos prestadores de serviços, calcula o executivo.
De acordo com ele, o segundo semestre começou na mesma batida positiva do primeiro. Contudo, além da inquietação acerca do presidente a ser eleito, o mercado começa a sofrer com os reflexos da alta do dólar, que já desencadeou aumento no preço dos produtos químicos, ao ultrapassar a cotação dos R$4 na semana passada. Como clientes grandes, é o caso das redes de magazine, fazem contratos de longo prazo (de quatro a seis meses) com preço fixo, essas oscilações ficam difíceis de serem repassadas, observa Loureiro.