A edição de 2019 do índice criado pelo Fashion Revolution contempla 30 marcas locais, dez a mais que as listadas no ano passado.
Pelo segundo ano, o Fashion Revolution publica o Índice de Transparência da moda brasileira. O conjunto de marcas analisadas cresceu, de 20 para 30, mas ainda é microscópico em relação ao tamanho do mercado local, reconhece Eloisa Artuso, diretora educacional do movimento no Brasil. As 20 marcas do ano passado continuaram e foram adicionadas outras dez. A entrada de mais marcas afetou a média nacional, que caiu 1% sobre o índice de 2018. A média de transparência da moda brasileira ficou em 16%, de um total de 250 pontos. A pontuação média global permaneceu em 21%.
O novo índice brasileiro foi divulgado ontem, 10 de dezembro, em evento organizado pelo Fashion Revolution, na capital paulista. A análise considera as informações publicadas nos sites das marcas ou em outros canais de comunicação, como relatórios de responsabilidade corporativa. E também inclui as respostas ao questionário submetido pela entidade às empresas que concordam em participar. Facilidade de acesso e clareza dos dados informados são as variáveis que norteiam o sistema de pontuação. “O índice não fala sobre a qualidade das práticas ou sobre a veracidade dos dados. O que avaliamos é o nível de transparência”, afirma Eloisa.
Na edição de 2019, apenas a C&A alcançou pontuação na faixa entre 61% e 70%, obtendo índice de 64% de transparência, ou 160 pontos do total de 250 considerados. Representa um avanço em relação ao ano passado, quando a varejista obteve 132 pontos. A marca Malwee, do grupo de mesmo nome, permaneceu na faixa entre 51% e 60%, com avanço de posição. Saiu de 51% (126,5 pontos) em 2018, para 55% (137,5 pontos) no índice atual.
Subiu para a mesma faixa a Renner, que alcançou 52% (130 pontos), o dobro da pontuação do ano passado (26% ou 65,5 pontos). Outras 14 marcas avaliadas ficaram abaixo dos 50%. E 13 simplesmente não pontuaram, com zero de transparência.
MARCAS SELECIONADAS
Do total analisado, 15 marcas responderam o questionário além de terem informações divulgadas publicamente. Nove não responderam e seis declinaram da oportunidade de completar o questionário, comentou Aron Belinky, da ABC Associados, parceiro do Fashion Revolution, em sua apresentação no evento de lançamento do índice Brasil. Ele explica que as empresas não escolhem participar.
São selecionadas com base em três fatores. A receita anual é um deles: real, quando divulgada em balanços financeiros, ou estimada, no caso das empresas de capital fechado que não divulgam resultados financeiros. A diversidade de segmentos e o posicionamento como top of mind (reconhecimento por parte dos consumidores) são os outros dois fatores de seleção.
O relatório destaca as marcas que deram grandes saltos de transparência em relação à política anterior: Pernambucanas (subiu de 10% para 24%); Renner; Riachuelo (de 23% para 38%); Hering (de 17% para 28%); e Osklen (de 34% para 49%).
Para cobrir diferentes segmentos da moda, o índice escolheu nove varejistas; sete marcas de jeans; cinco grifes de luxo; seis de calçados; e três de esporte e praia.
CATEGORIAS ANALISADAS
Para a pontuação, é considerado o nível de transparência em cinco categorias: Políticas e Compromissos, quanto a aspectos sociais e ambientais; Governança; Rastreabilidade, para saber se a marca mapeia toda a cadeia, desde a confecção até a matéria-prima; Conhecer, Comunicar e Resolver, procedimentos para reagir a problemas, como irregularidades nas instalações de fornecedores; Tópicos em Destaque, que em 2019 enfatizou políticas sobre igualdade de gênero e ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
O Índice de Transparência da Moda é um relatório global iniciado em 2016, com 40 marcas, lembrou Sarah Ditty, diretora de políticas do Fashion Revolution Global, que esteve no Brasil para o lançamento local. A meta para 2020 é avaliar 250 marcas, disse.
Confira as 17 marcas que pontuaram
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Marcas |
Pontuação (% sobre o total de 250 pontos) |
|
|
2019 |
2018 |
|
|
C&A |
64% |
53% |
|
Malwee |
55% |
51% |
|
Renner |
52% |
26% |
|
Osklen |
49% |
34% |
|
Havaianas |
47% |
36% |
|
Zara |
44% |
40% |
|
Riachuelo |
38% |
23% |
|
Hering |
28% |
17% |
|
Pernambucanas |
24% |
10% |
|
Decathlon |
20% |
NC |
|
Marisa |
19% |
13% |
|
Ellus |
14% |
0% |
|
Animale |
12% |
15% |
|
Farm |
12% |
15% |
|
Arezzo |
6% |
NC |
|
Torra |
3% |
NC |
|
Melissa |
3% |
% |
NC: não constava do Índice de Transparência de 2018.
Confira as 13 marcas que NÃO pontuaram
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Marcas |
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2019 |
2018 |
|
|
Brooksfield |
0% |
0% |
|
Carmen Steffens |
0% |
NC |
|
Cia Marítima |
0% |
0% |
|
Colcci |
0% |
NC |
|
Colombo |
0% |
NC |
|
Dumond |
0% |
NC |
|
John John |
0% |
0% |
|
Le Lis Blanc |
0% |
0% |
|
Leader |
0% |
NC |
|
Lojas Avenida |
0% |
NC |
|
Moleca |
0% |
0% |
|
Olympikus |
0% |
0% |
|
TNG |
0% |
NC |
NC: não constava do Índice de Transparência de 2018.
