Cedro adere ao Sou de Algodão

Além de só usar fibra certificada, fabricante nacional de denim e sarja destina resíduos das sacas para alimentar gado e doa sobras de tecido para instituições do entorno das fábricas; não jogando nada fora

Para reforçar a política de boas práticas ambientais, a Cedro Têxtil anunciou que aderiu ao movimento Sou de Algodão, organizado pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) visando estimular o consumo da fibra no Brasil, um dos maiores fornecedores de algodão do mundo, a maior parte formada por lavouras irrigadas em regime sequeiro, isto é, cultivo sem irrigação, que consome menos água e energia. Fabricante nacional de denim e sarja, a empresa ressalta que só usa fibra certificada na produção, sendo um dos membros da BCI (Better Cotton Initiative).

A Cedro destaca ainda que aproveita todo o algodão comprado; que nada é jogado fora. São cerca de 32 mil toneladas a cada ano, das quais em torno de 5,5% correspondem a resíduos, como galhos, folhas e fibras, que ficam dentro das sacas. Esse refugo é separado. Quase 900 toneladas são recuperadas e retornam para serem empregadas na própria produção, explica o fabricante. Outras 730 toneladas são compactadas para virar briquetes, vendidos a fazendeiros da região de Pirapora, em Minas Gerais, onde a empresa tem fábrica, servindo de ração ao gado. Só podem comprar fazendas cadastradas, que comprovem adotar práticas sustentáveis na produção, afirma o fabricante de denim e sarja.

POLÍTICA ESTENDIDA
Junto com o anúncio da adesão ao movimento Sou de Algodão, a Cedro fez um balanço de outras iniciativas que desenvolve para amenizar os impactos da produção sobre os recursos naturais. Desde 1929, a empresa mantém em operação a central hidrelétrica Pacífico Mascarenhas, na Serra do Cipó (MG), que hoje fornece 8,5% do consumo total de energia elétrica do parque industrial instalado na região. Também conta com uma matriz de energia térmica que utiliza biocombustíveis a partir da madeira proveniente de florestas regularizadas ambientalmente, cavacos residuais, capim elefante e bagaço de cana, explica a companhia em comunicado ao mercado.

Tem instaladas duas estações para tratamento de efluentes industriais cujo processo inovador trata 290 mil litros de água por hora, reaproveitando 98% das águas de resfriamento e 20% das águas residuais tratadas, de forma a reduzir a necessidade de captação na rede pública, informa a empresa. “Os outros 80% de águas residuais só não são utilizados devido à variação de PH, que influencia na tonalidade do tecido, mas a água retorna ao meio ambiente limpa”, complementa a Cedro.

Sobras de tecido são encaminhadas a entidades que promovem o desenvolvimento social de comunidades carentes a partir de produtos feitos de maneira artesanal, como redes de descanso. De acordo com a Cedro, para a doação de sobras de tecido, que equivalem a R$ 35 mil por ano são priorizadas as entidades que atuam em cidades do entorno das fábricas da Cedro (Pirapora, Sete Lagoas e Caetanópolis).