Marca paulistana da designer Agustina Comas desenvolve moda feminina a partir de peças descartadas da indústria, principalmente denim e tecidos nobres
Desde sua criação, no final de 2014, a Comas, marca paulistana de moda feminina que incorpora o conceito de upcycling, atende seu público por meio do comércio eletrônico. Neste ano expandiu a distribuição com a abertura de uma loja na parte da frente do galpão onde desenvolve a linha de produtos, além de firmar uma parceria com uma multimarcas.
Outra estratégia para aumentar as vendas, desenvolvida dentro do comércio eletrônico, foi a Maleta Comas – Experimente em Casa. A consumidora se cadastra no site informando tamanhos e estilo, e recebe uma maleta de peças selecionadas segundo o seu perfil. Ela fica com o que gostar e devolve o resto. As entregas são realizadas no centro expandido de São Paulo.
A ideia por traz da marca Comas, segundo a designer, Agustina Comas, é reaproveitar peças como camisas, calças e saias, que por terem um pequeno defeito, são descartadas pela indústria. Esses itens, principalmente de camisaria masculina, são adquiridos pela marca e redesenhados, ganhando nova identidade, no conceito de upcycling. Além da compra de peças com pequenos defeitos, a Comas recebe doações de roupas e de itens totalmente descartados pela indústria por erro de confecção. “Aproveitamos peças com tecidos nobres como o linho, algodão e principalmente jeans”, destaca Agustina.
Na fábrica, no bairro do Butantã, em São Paulo, são confeccionados 60 modelos por mês, com design e corte individual e costura terceirizada para três profissionais especializadas nesse tipo de peça. “Por ser um processo artesanal de aproveitamento do tecido e não ter padrão ou escala, ainda não é possível baratear a produção”, diz Agustina. Ela espera expandir a confecção para 80 peças por mês, e busca o desenvolvimento de um padrão. “Os custos fixos são altos e a marca ainda não dá lucro”, diz Agustina.
A Comas não lança coleções, oferecendo uma linha atemporal de roupas duráveis, que independem de estações. “As peças vão sendo atualizadas na modelagem, que é sempre nova. No inverno desenvolvemos mais mangas longas, e no verão peças mais leves, mas a ideia é produzir uma roupa que possa ser usada extensivamente”, explica.
A marca atende todas as faixas etárias, de jovens a mulheres de meia idade. O que as une, segundo a designer, é o consumo consciente, evitando o desperdício e o consumismo.